Economia se recuperou em junho após greve de maio, aponta índice do BC

A atividade econômica registrou alta de 3,29% em junho, mostrou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC). O desempenho, medido pela série com ajuste sazonal, veio após uma queda de 3,28% em maio (revisada de uma retração de 3,34% divulgada inicialmente), mês em que a economia sofreu o impacto da greve dos caminhoneiros. No segundo trimestre, O IBC-Br caiu 1% ante o primeiro, feitos os ajustes sazonais. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 0,84%, segundo o BC. Esse aumento de 0,84% equivaleria a uma estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre ante o primeiro, feito o ajuste sazonal, segundo o Banco Central.

“Ressalte-se que, relativamente ao mesmo trimestre de 2017, o IBC-Br elevou-se 0,84% no segundo trimestre deste ano. Essa variação interanual seria consistente com a evolução relativamente estável do PIB na margem, isto é, considerado o PIB do segundo trimestre em relação ao PIB do primeiro trimestre, ajustado sazonalmente”, diz a nota.

O BC ressalta que é preciso ter cuidado nas comparações trimestrais do IBC-Br e o PIB. “Características conceituais e metodológicas do IBC-Br (entre as quais o processo de dessazonalização) podem ocasionar diferenças temporárias entre a sua evolução e a do PIB, ensejando cautela em comparações nos horizontes mais curtos”, diz. As diferenças entre o IBC-Br e o PIB trimestral tendem a se neutralizar ao longo do tempo, segundo o BC. Por isso, diz a autoridade, a recomendação é que, nas comparações, o foco seja dado às variações interanuais. No semestre, o indicador acumula alta de 0,89% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos 12 meses até junho, o crescimento é de 1,89% na série sem ajuste.

EMPREGO – O país tinha um contingente de 4,8 milhões de pessoas em desalento – ou que desistiram de procurar emprego – no segundo trimestre deste ano, de acordo com dados complementares da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior contingente da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O número supera o recorde anterior, registrado no primeiro trimestre (4,6 milhões), e o do segundo trimestre de 2017 (4 milhões). Desalentada é a pessoa que está fora da força de trabalho. Ou seja, não está empregada nem procurando vaga, por diferentes razões, como achar que não conseguiria trabalho, que não tinha a experiência necessária, por se considerar muito jovem ou idosa ou por não encontrar emprego na localidade. São, portanto, pessoas que não estão procurando emprego, mas aceitariam uma vaga se alguém oferecesse.

CONFIANÇA 1 – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) verificou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu 3,1 pontos em relação a julho, alcançando 53,3 pontos em agosto. Com isso, o índice ficou acima da linha divisória de 50 pontos, que separa otimismo e pessimismo. O dado foi considerado positivo pela CNI, mas o Icei ainda está abaixo da média histórica, que é de 54,1 pontos. Também está menor do que os 55,5 pontos registrados em maio, antes da greve dos caminhoneiros. Essa última pesquisa foi realizada entre 1º e 13 de agosto. Os dados foram buscados em 2.838 empresas. Dessas, 1.126 são pequenas, 1.061 são médias e 651 são consideradas grandes no mercado. Segundo a CNI, a confiança é maior nas grandes companhias, onde o indicador alcançou 54,4 pontos. Nas pequenas empresas, ele ficou em 51,2 pontos. Nas médias chegou a 53 pontos. Nas indústrias extrativas, o índice subiu para 58,5 pontos, acima dos 53,5 pontos registrados na indústria de transformação e dos 51,8 pontos verificados na construção.

CONFIANÇA 2 – A deterioração das condições atuais do setor manufatureiro fez cair a confiança da indústria em agosto, a despeito de uma ligeira melhora nas expectativas. É o que mostra a prévia da sondagem do setor feita pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,8 ponto em relação ao número final de julho, para 99,3 pontos, o menor desde novembro de 2017. É a primeira vez que o indicador fica abaixo de 100, linha que separa otimismo do pessimismo, desde janeiro, quando marcou 99,4 pontos. Em julho, a confiança ficou estável e, em junho, caiu 1 ponto. A piora da confiança no mês estaria sendo influenciada pela menor satisfação dos empresários sobre o momento presente.

VAREJO – Em junho, o comércio varejista brasileiro voltou para o campo positivo, porém em uma retomada ainda mais lenta do que ocorria antes da paralisação dos caminhoneiros. Essa é a avaliação de Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), acerca da alta de 1,5% em relação a junho de 2017, conforme divulgação do IBGE. Ele chama atenção para o avanço de 4,1% dos supermercados nesta comparação anual, explicado pela base fraca de junho passado. Para ele, daqui para frente a expectativa, dois fatores devem influenciar o varejo e a economia. “De um lado, a manutenção da taxa básica de juros pode estimular as vendas parceladas de bens duráveis, de maior valor. Mas, por outro, a incerteza no campo político pode postergar decisões de consumo”.

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