Deputados querem governo assumindo risco de crédito

Cerca de 60 deputados e senadores integrantes da Frente Parlamentar de Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS) reuniram-se nesta quarta-feira (20) com representantes do setor produtivo para debater soluções para a crise econômica causada pela Covid-19. Como já era esperado, os temas que envolvem a concessão de crédito para as empresas, um dos assuntos de maior relevância nas discussões da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), que organizou a reunião, dominaram a conversa.

Para o deputado Efraim Filho (DEM/PB), presidente da FCS, o governo precisa chamar para si a garantia de crédito para a micro e pequena empresa, com a contribuição do Congresso Nacional, que também deve assumir as responsabilidades em torno da questão. “Sabemos que não é simples, mas que é uma decisão técnica e política, porque se não fizermos isso hoje, amanhã esse recurso terá que chegar como socorro emergencial, sem nenhuma garantia de retorno do recurso”, disse.

Efraim lembrou que o setor de comércio e serviços é o que mais gera emprego e paga imposto no Brasil e que é essencial desburocratizar, simplificar procedimentos e procurar alternativas aos bancos para que o socorro chegue ao empresário. “Não adianta querer fazer economia financeira agora para depois ter de gastar mais. Precisamos salvas as empresas, para que elas mantenham as portas abertas e a retomada seja mais fácil”, completou.

Citando exemplos de programas de crédito de países como Estados Unidos e Suiça, o presidente da Unecs e da CACB, George Pinheiro, disse que as exigências das instituições bancárias têm sido o principal entrave para o alcance dos valores já disponibilizados, e que a alternativa para evitar um colapso é o governo assumir os riscos e as garantias para a concessão de crédito.  “Os empresários precisam de dinheiro em caixa para conseguirem sobreviver e retomar suas atividades quando autorizados a isto. Se não for através de empréstimos, que seja através de um auxílio emergencial dado diretamente pelo governo”, opinou.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), disse que já havia alertado o governo quanto à necessidade de se assumir esse risco e que esse talvez seja o grande papel do parlamento agora. O momento é de garantir o equilíbrio entre as necessidades de saúde, da economia e sociais com a capacidade do Estado brasileiro de assumir essas dívidas. “É muito importante que o governo faça com que os recursos cheguem às empresas. Quando uma delas fecha as portas hoje, sua condição de ser reaberta no futuro não é tão simples”, alertou.

Maia não se mostrou alinhado com a ideia de reabertura do comércio. “Se não tiver o isolamento, o sistema de saúde como um todo vai colapsar. Teremos 70 mil mortes pelo vírus, mas também 70 mil mortos por outros problemas e que não terão atendimento”, ponderou.

O presidente Emerson Destro iniciou sua fala destacando a importância do trabalho do setor, que não parou mesmo com a pandemia, em continuar abastecendo os pequenos e médios varejos pelo país. “As empresas precisam de previsibilidade. O Ministério da Saúde tinha de criar regras claras que sinalizasse para o comércio quando ele poderia reabrir. Outro ponto importante diz respeito às linhas de crédito. Os projetos de lei que restringem o uso de dados de avaliação de crédito, como o Cadastro Positivo, em nada ajudam nesse momento. Precisamos fortalecer esses sistemas de avaliação que já existem para facilitar o acesso ao crédito. É hora de criar um processo colaborativo, onde cada um tem de atuar, governo, empresários e sociedade, que todos se beneficiem”, declarou.

VEJA no site da Unecs outros depoimentos de membros da Unecs e de deputados.

Acompanhe a videoconferência na íntegra:

 *Com informações da assessoria de comunicação da CACB

4 respostas

  1. boa tarde,
    somos comerciantes de uma distribuidora de atacado doceiro e produtos alimentícios a mais de 30 anos.
    temos uma loja de mais de 1000 metros quadrados.
    infelizmente do ano de 2016 a 2020 com a economia em crise nosso faturamento despencou mais de 70%,fazendo com que não conseguimos cumprir com nossa obrigações com fornecedores etc, onde nossa unica saída foi entrar pedir a recuperação judicial onde a mesma já foi deferida.
    logo em seguida vem este processo caótico do covid-19, ONDE com certeza veio prejudicar mais ainda nossos negócios,só temos esta empresa p/ sobreviver com mais de 50 colaboradores. em relação a dinheiro novo p/ conseguir e tentar não fechar as portas como podemos conseguir de alguma forma um credito p/ impulsionar nossa empresa? sabemos que nosso cadastro não ajuda a conseguir credito. qual seria a saída p/ as empresas em recuperação judicial? precisamos continuar. agradeço a atenção.

    1. Caro, Américo. Enviei o seu questionamento ao superintendente da ABAD, Oscar Attisano. Ele dará retorno em breve. Se possível, me mande email com seu telefone para imprensa@abad.com.br/comunicacao@abad.com.br. Obrigada, ADM

  2. ficamos no aguardo de uma solução,mesmo porque não podemos perder a empresa onde tanto lutamos p/ chegar neste patamar de 30 anos de trabalho e muita luta. estamos sem faturar a mais de 60 dias. precisamos de uma solução p/ empresas e comércios que se encontram em recuperação judicial p/ pagar as nossas e cumprir junto a nossos credores. nosso deferimento foi aceito, mas com toda está situação ainda a assembleia com os credores não foi definida. muito obrigado.

    1. Caro, Américo. Enviei o seu questionamento ao superintendente da ABAD, Oscar Attisano. Ele dará retorno em breve. Se possível, me mande email com seu telefone para imprensa@abad.com.br/comunicacao@abad.com.br. Obrigada, ADM

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