FGTS impulsiona economia no 3º trimestre, aponta Ibre

Após ter frustrado em agosto, a atividade recobrou fôlego em setembro com os efeitos iniciais dos saques do FGTS, o que garantiu desempenho um pouco mais favorável ao Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), que estima alta de 0,4% no período em relação aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais, mesmo ritmo observado no segundo trimestre.

Na edição de outubro do Boletim Macro, o Ibre manteve a estimativa para o crescimento de 2019 em 1,1%, um dos números mais otimistas do mercado. Esse cenário já conta com avanço mais forte do consumo das famílias no último trimestre do ano, quando o PIB deve aumentar 0,9% ante o período anterior, impulsionado pela maior renda disponível proveniente do FGTS.

INFLAÇÃO 1 – Mesmo acima das expectativas, a prévia da inflação de outubro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), foi a menor para o mês em mais de duas décadas e reforçou apostas por um novo corte da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual na reunião do Banco Central (BC) na semana que vem, para 5% ao ano. A prévia da inflação foi de 0,09% em outubro, repetindo o resultado registrado em setembro. Foi a leitura mais baixa para o mês desde 1998, quando houve alta de 0,01%.

INDÚSTRIA – A atividade industrial está se recuperando gradualmente. Os empresários já percebem uma leve melhora no consumo e na situação financeira das empresas. Além disso, o ritmo de queda na produção em setembro foi inferior aos registrados para o mês desde 2014 e o emprego subiu 0,4 ponto em relação a agosto, informa a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme a pesquisa, o indicador de produção ficou em 48,8 pontos e o de emprego alcançou 49 pontos em setembro. Ambos estão abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda na produção e no emprego.

ARRECADAÇÃO – O crescimento da arrecadação federal desacelerou em setembro, conforme dados divulgados ontem pela Secretaria da Receita Federal. Nos nove primeiros meses do ano, as receitas ficaram em R$ 1,129 trilhão, alta real (descontada a inflação) de 2,15% em relação ao observado em igual período de 2018. Com isso, houve interrupção de uma sequência iniciada em abril que mostrava resultados acumulados maiores que os do ano passado. De janeiro a agosto, o aumento real havia sido de 2,39%. A arrecadação federal de setembro ficou em R$ 113,933 bilhões, um resultado 3,31% abaixo do previsto pelo mercado na pesquisa Prisma e 4,98% menor, em termos reais, do que o resultado de agosto de 2019. Ainda assim, foi o melhor dado para o mês desde 2014, quando as receitas somaram R$ 118,829 bilhões em valores atualizados pela inflação.

INFLAÇÃO 2 – A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes recuou 0,2 ponto percentual (p.p.), para 4,9% em outubro, nível próximo do mínimo histórico de julho de 2007 (4,8%), informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 0,8 p.p. Em relação às faixas de renda, a maior queda em outubro nas expectativas medianas para a inflação nos 12 meses seguintes ocorreu entre as famílias com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, cuja expectativa mediana diminuiu 0,6 p.p., para 5,2%, o menor nível desde março de 2008 (5,1%). Para os consumidores de renda acima de R$ 9,6 mil, a expectativa mediana se manteve em sua mínima histórica de 4,0%.

CONFIANÇA – A prévia da Sondagem da Indústria realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sinaliza recuo de 1,2 ponto do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em outubro, em relação ao número final de setembro, para 94,4 pontos. Trata-se do menor resultado desde outubro de 2018 (94,2 pontos). Em médias móveis trimestrais, o ICI cairia 0,1 ponto, pelo sétimo mês consecutivo, para 95,2 pontos. Se confirmado, o resultado do mês estaria relacionado tanto com a piora na percepção dos empresários em relação à situação atual como com as perspectivas futuras dos negócios.

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