BNDES afirma que desinformação dificulta acesso ao crédito

O chefe do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional do BNDES, Tiago Peroba, e o chefe do Departamento de Relações ao Governo do BNDES, Victor Burns, foram unânimes em dizer que a desinformação é um dos grandes entraves na hora da tomada de crédito pelas empresas. Em reunião com a presença do vice-presidente da ABAD, Juliano Faria Souto, e representantes de entidades que integram o Comitê de Comércio, Serviços, Varejo, Bares e Restaurantes, encabeçado pela Unecs – União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, nesta quinta-feira (14), os executivos do BNDES explicaram as linhas emergenciais de crédito criadas pela instituição para atender as empresas impactadas pela pandemia e pediram às entidades que levem informações aos empresários para reduzir as dificuldades de acesso ao crédito.

Em março, no início da pandemia, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, anunciou medidas para injetar mais de R$ 50 bilhões na economia como forma de ajudar empresas e pessoas físicas prejudicadas pelos impactos econômicos da Covid-19. Parte desse dinheiro já está disponível nos bancos credenciados, segundo Tiago Peroba. Falando especialmente de MEIs, micros, pequenas e médias empresas, ele explicou que o BNDES agiu em três frentes distintas para dar apoio imediato aos empresários:

1) A linha de Renegociação Emergencial permite suspender o pagamento das operações de crédito contraídas indiretamente junto aos agentes financeiros credenciados, com vencimento entre abril e setembro de 2020.

2) Já o Programa Emergencial de Suporte ao Emprego foi criado para que o empresário possa bancar a folha de pagamento. Quem acessar o crédito, não poderá demitir sem justa causa. Além disso, o empréstimo só poderá ser solicitado junto ao banco responsável pelo processamento da folha.

3) O BNDES também expandiu a oferta de capital de giro da linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, com pelo menos R$ 5 bilhões disponíveis para as micro, pequenas e médias empresas. A linha poderá ser solicitada por empresas com faturamento anual de até R$ 300 milhões e estará disponível até 30/09/2020, com limite de financiamento de até R$ 70 milhões por ano.

De acordo com os executivos, os bancos credenciados já estão se adaptando às mudanças recentes em relação às linhas de crédito oferecidas. Uma forma de saber onde o crédito está disponível é se certificar, em cada estado, quais bancos já trabalham com essas linhas. VEJA lista com os agentes mais atuantes por estado e para os diferentes segmentos.

A lista poderá ser útil na pesquisa do agente financeiro mais adequado ao perfil da empresa. “De posse dessa informação, o empresário não pode se intimidar e aceitar uma simples negativa do gerente do banco, que insiste em dizer que desconhece a linha”, destacou Victor Burns.

O executivo ressaltou também que por se tratar de um banco de desenvolvimento, o BNDES atua de forma diferente de um banco comercial e não possui agências. Dessa forma, a maioria dos financiamentos é feita na modalidade indireta, ou seja, pela rede de agentes financeiros credenciados. Portanto, o financiamento é negociado e contratado entre o cliente e o agente financeiro, que assume o risco da operação perante o BNDES, de acordo com o limite de crédito e perfil de cada cliente. “Infelizmente, não temos como interferir nessa análise de crédito dos repassadores”, concluiu Victor Burns.

Mas podemos cobrar as instituições que operam linhas e passam informações equivocadas aos empresários, disse Tiago Peroba. “Se o empresário for a um banco que em tese deveria oferecer a linha de crédito e for informado pelo gerente que ela não existe, ele deve nos procurar para reclamar. Temos um canal para esse tipo de reclamação. Estamos fazendo um acompanhamento agressivo para que isso não ocorra”, afirmou. CLIQUE AQUI para acessar o canal de atendimento.

Mais entraves

O vice-presidente da ABAD, Juliano Faria Souto, concorda que a desinformação é parte dos problemas de acesso ao crédito, porém, salienta que é necessário que haja um empenho do governo federal para encontrar uma maneira de dar maior segurança aos bancos, pois é este o maior entrave para o acesso ao crédito. “Fica claro com a apresentação do BNDES que as linhas de crédito estão bem estruturadas e o processo todo está ajustado, mas enquanto os bancos não tiverem um instrumento eficaz de garantia, o recurso vai continuar empoçado e o empresário não terá acesso”, argumentou.

O BNDES tem um fundo garantidor (FGI) que é usado para complementar garantias de operações de financiamento, mas há restrições para contratar o serviço. CLIQUE para conhecer as condições do fundo.

No site do BNDES você encontra mais informações, inclusive sobre os resultados das ações emergenciais até aqui. De acordo com o banco, em todas as suas ações emergenciais, o BNDES já soma R$ 13 bilhões em aprovações, apoiando empresas que empregam 2,2 milhões de pessoas. Em menos de dois meses, 19 mil clientes solicitaram a suspensão temporária de pagamentos de financiamentos junto ao banco, totalizando R$ 8,7 bilhões. Além disso, a linha de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas totalizam R$ 2,3 bilhões em aprovações. Por sua vez, o programa para financiamento da folha de pagamentos contabiliza 73 mil operações aprovadas, somando R$ 1,6 bilhão.

Veja abaixo um vídeo explicativo do BNDES:

https://youtu.be/w_y6fzygT2E

 

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