Indústrias reafirmam compromisso de manter preços durante pandemia

O presidente da ABAD, Emerson Destro, organizou uma teleconferência com representantes de indústrias nesta quarta-feira (8) para tratar dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O principal tema em debate foi a manutenção de preços dos produtos distribuídos pelo setor em mais de cinco mil municípios brasileiros, em especial para os médios e pequenos varejos.

Também participaram da reunião os vice-presidentes da ABAD (Leonardo Severini, José Costa Neto, Alair Martins Junior, Euler Fuad Nejm, Luiz Gastaldi Júnior, Helton Veríssimo Diniz, José Luiz Turmina, Juliano Faria Souto e João Alberto Pereira), líderes regionais da ABAD (Joílson Maciel Barcelos Filho-Sudeste, Valmir Müller-Sul, Osires Rodrigues Damaso-Norte, Antônio Alves Cabral Filho-Nordeste e Renato Moreira da Silva (Centro-Oeste) e convidados da Secretaria especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC) do Ministério da Economia e da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (SDICS).

O vice-presidente de Vendas da Pepsico, David Kahn, ressaltou que diante a crise de restrição de circulação das pessoas por conta da pandemia da Covid-19, o atacado deverá sofrer mais nesse período do que o autosserviço. “O mais importante é manter os empregos e não aumentar preços dos produtos, mas será difícil diante da perda de renda da população e da alta nos preços das matérias-primas”, disse. Ele reafirmou que a multinacional está trabalhando constantemente para que preços sejam mantidos.

Já André Felicíssimo, vice-presidente de Vendas da Procter & Gamble, também enfatizou que a ordem é não repassar aumento de preço neste momento. Disse também que durante essa crise o mais interessante foi ver a união do varejo em geral e das indústrias para abastecer a população: “Uma missão do mesmo porte e relevância que a da saúde”, disse.

Ele contou que a P&G desenvolveu um plano de ação para proporcionar segurança, conectividade e a cobertura das lojas, além de manter operando e abastecendo o ponto de venda, em especial os produtos de higiene e limpeza. “Já foi observada uma migração das compras do “big box” para o “small box” (do grande varejo para o pequeno varejo). Até a semana passada os segmentos hiper e cash&carry estavam vindo em curva ascendente, mas já aponta queda. Quanto aos lançamentos previstos para o segundo semestre, “temos de repensar e unir forças para ver como será feito”, destacou.

Para Marcelo Silva, diretor de vendas da Mondelez, ninguém sairá igual dessa crise. “Mas iremos encontrar soluções com criatividade. Diante de uma época importante para a Mondelez, a Páscoa, estamos tentando preservar as vendas e antecipar as ações. A nossa produção em geral está projetada até o fim de junho e também monitorada”, ponderou. Ele fez questão de frisar que o aumento de preços não está em pauta na empresa. “Vamos buscar uma saída juntos. Não será fácil, mas temos uma conexão importante com o pequeno varejo por meio do atacado”, disse.

Gabriela Pontin, da Química Amparo/Ypê, destacou que os pequenos negócios transformadores, além de bares e restaurantes, têm sofrido mais, com 70% de queda nas vendas. “Ao contrário do segmento de bebidas alcoólicas, o de limpeza não sentiu ainda o baque nas vendas”, ressaltou. Segundo ela, mesmo com o aumento dos insumos, principalmente por causa do dólar, a empresa não vai subir os preços dos produtos.

* Com informações do site da Revista Distribuição/Claudia Rivoiro

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