Mercado de produtos de limpeza vê crescimento de novos canais de vendas

A ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional lançou, em evento destinado a associados, seu Anuário 2023. Além da disponibilização da principal publicação do setor de saneantes do Brasil, o encontro contou com apresentações de consultorias e dirigentes da entidade. “Entre os temas discutidos, falamos sobre o desempenho geral da produção setorial em 2022, que registrou queda de 5,7%, o avanço da participação dos atacarejos e do e-commerce na distribuição de saneantes e o desenvolvimento de mix de produtos focados no custo-benefício, eficiência e aromas marcantes, entre outros temas que estão em destaque na indústria de produtos de limpeza, no Brasil”, destacou a Presidente da ABIPLA, Juliana Marra.

Segundo o diretor-executivo da entidade, o ano passado foi bastante desafiador para a indústria de saneantes. “Tivemos altas de custos seguidas em matérias-primas, energias e combustíveis, ao mesmo tempo em que a população brasileira sofreu com a perda do poder de compra, por conta da aceleração da inflação, especialmente, no 1º semestre de 2022. Isso fez com que nossa produção industrial sofresse um ajuste de 5,7% sobre o nosso pico histórico de produção, registrado nos anos de 2019, 2020 e 2021”, explicou Paulo Engler.

Este cenário, na opinião de Claudio Czarnobai, Head de Pequenas e Médias Empresas da NielsenIQ na América Latina e articulista do Anuário ABIPLA 2023, impulsionou as vendas de saneantes nos atacarejos e no comércio virtual. “Os atacarejos registraram aumento de volume e de faturamento na venda de saneantes, influenciados pelos preços praticados e pela melhora recente do sortimento de produtos neste canal. Já o e-commerce, que tinha uma presença pequena na venda de produtos massivos e de giro rápido, nos últimos anos, em função da pandemia, teve alta significativa”, analisa Czarnobai.

Além da mudança no canal de vendas, para Paula Ferolla, Senior Research Analyst da Euromonitor International, o foco no custo-benefício foi destaque no mix de produtos. “O consumidor brasileiro é fortemente ligado à performance de produto na sua rotina de limpeza, o que influencia nas decisões de compra. Mas, a inflação na cesta de produtos coloca o custo-benefício em destaque nesse momento, o que leva o consumidor a mudar de marca ou canal de compra dependendo da renda disponível e da categoria de produto que busca, por exemplo”, explica Paula.

Crescimento em 2023

De acordo com Paulo Engler, o ano de 2023 deve apresentar evolução na produção sobre 2022, principalmente, pela estabilização dos preços dos insumos da indústria. “Após a pressão de custos do ano passado, segundo dados do INPC, a categoria de produtos de limpeza já apresenta elevação 0,19% menor do que a inflação geral no acumulado até maio de 2023. Com isso, a indústria deve manter investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, o que deve fazer com que tenhamos um crescimento industrial de 2% em 2023”, projeta o diretor-executivo da ABIPLA.

Neste mix de novos produtos, Paula destaca os produtos de limpeza perfumados com bom potencial de crescimento. “De limpadores perfumados até aromatizadores, percebe-se uma tendência voltada para produtos de alto valor agregado, buscando diferenciação com fragrâncias atraentes para fomentar esse crescimento. É um movimento da indústria que favorece ao consumidor que busca cuidar da sua casa e do seu bem-estar nela”, opina.

Os atacarejos e e-commerce devem continuar em expansão até o fim do ano, mas, de acordo com Czarnobai, os autosserviços de pequeno porte também devem registrar bons resultados na distribuição ao longo do ano. “Há um retorno do crescimento dos canais de proximidade. Lojas menores, de bairro, que apostam na proximidade do consumidor, vêm mostrando tendências interessantes de alta”, indica o profissional da NielsenIQ.

Fonte: Revista Distribuição

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