Logo ao iniciar sua apresentação na sétima Convenção Anual do Grupo ABAD Jovens e Sucessores, Alexandre Wiggers, diretor-presidente da Condor S.A., derrubou um mito que ainda é replicado no mundo corporativo: “a jornada da governança corporativa não é só para grandes empresas”. O executivo reforçou, para as centenas de jovens lideranças que acompanhavam o encontro, que mesmo as pequenas companhias precisam de processos bem instalados para garantir a perpetuidade.
A companhia, que tem quase 100 anos de história, hoje optou por um modelo de gestão onde há uma participação mais incisiva de membros independentes no operacional, deixando os familiares apenas no conselho de acionistas. “Os fundadores e herdeiros se posicionam neste conselho que dita o caminho estratégico, mas tem ligação diária menor na operação do que o conselho administrativo”, explicou. Esse conselho, inclusive, hoje, é composto 100% por membros independentes.
Com 35 anos de dedicação ao segmento de distribuição, atacado e varejo, sendo referência em estratégia para o setor, Wiggers explica que a Condor conta, também, com o conselho de família reunindo os herdeiros mais jovens, que compõem a quarta e quinta geração.
“Esses jovens podem não ter o objetivo de assumir cargos na companhia, porém ainda assim, pelo processo de sucessão natural, serão herdeiros. Por isso os trazemos para treinamentos junto a executivos da própria empresa e a renomados profissionais do mercado”, declarou.
Sucessão deve ser planejada, independentemente do sucessor
Wiggers enfatizou que sendo familiar ou não, o processo sucessório deve ser planejado. “No meu ponto de vista, a sucessão deve manter os ritos e os pilares planejados. O que muda, caso não seja familiar, é apenas o jeito de fazer”, pontuou.
Um dos pontos, na visão do executivo, é o preparo. “Investimos fortemente na formação das pessoas que entendemos como sucessoras, inclusive nas áreas de gerência e diretoria. Temos programas de desenvolvimento para que elas se preparem para o futuro”, completou.
Tanto que, segundo ele, quase 70% das lideranças da Condor foram formadas dentro de casa. Os outros 30% são de profissionais prioritariamente de campo, de mercado, contratados para atender à demandas regionais.
Governança na prática
Para garantir a integração e alinhamento dos executivos junto aos conselhos, a Condor mantém uma agenda bastante rígida de compromissos onde, em determinados dias do mês, são realizadas reuniões e compromissos dentro das áreas de faturamento, contabilidade, bem como os encontros do comitê diretivo e as reuniões mensais de dinâmica de mercado por regionais.
“Fazemos um rito razoavelmente simples, que funciona todos os meses, da mesma forma, respeitando as mesmas datas há cerca de 15 anos. Implementamos esse modelo que foi sendo aprimorado e não passamos nenhum mês sem cumprí-lo”, explicou.
Para finalizar, Wiggers apontou cinco passos para uma governança eficiente:
- Ter governança, mesmo que simples
- Definir um modelo de gestão
- Definir os principais projetos estratégicos
- Inovar e desenvolver o capital humano
- Definir o ritmo para acompanhamento
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