ABAD e NielsenIQ divulgam parceria para mensurar dados mensais do atacado distribuidor

Em coletiva de imprensa que marcou a abertura da 41ª Convenção Anual do Canal Indireto, o maior encontro anual do setor, o presidente Leonardo Miguel Severini anunciou parceria com a NielsenIQ para a elaboração dos indicadores mensais do setor. A nova pesquisa será feita com empresas selecionadas a partir do RankingIQ/ABAD e mostrará as tendências de crescimento do mercado atacadista e distribuidor e o desempenho do faturamento.

“A Nielsen já é responsável pelo estudo do Ranking ABAD, realizado anualmente. Vamos selecionar empresas que já respondem à pesquisa do Ranking e convidá-las e participar deste novo levantamento, que inicialmente irá registrar apenas dados de faturamento, devendo ser ampliada futuramente”, explica Daniel Asp, gerente de Business Intelligence da NielsenIQ.

“Essa parceria atenderá à necessidade de disponibilizarmos para o setor informações mensais acuradas e com agilidade, a partir de dados de faturamento enviados no início de cada mês. Vamos convidar entre três e quatro dos principais atacadistas distribuidores de cada estado para participar do novo estudo”, informa o presidente da ABAD, Leonardo Severini.

Aproveitando o momento de anúncio da parceria, a NielsenIQ também apresentou dados referentes ao mercado de consumo de bens de alto giro referentes ao primeiro trimestre de 2022, destacando inicialmente dados macroeconômicos que influem no consumo de bens de alto giro como emprego, renda e crescimento econômico.

“O pano de fundo da análise é um momento macroeconômico de incertezas internas, com inflação em alta, reflexo da retração econômica resultante da pandemia, e incertezas externas, em razão da guerra da Ucrânia, que tem impactado o preço de commodities. Assim, inflação e juros elevados são fatores que impactam o consumo das famílias. Além disso, apesar de termos registrado no Brasil uma queda na taxa de desemprego, é importante destacar que ela ainda se mantém alta, com redução na média salarial”, pondera Daniel. “Nesse cenário, temos um consumidor que, diante da redução de seu poder de compra, racionaliza gastos e não está disposto a contrair dívidas.”

“De positivo, temos o resultado do PIB, que registrou elevação de 1,7%, e o consumo das famílias, que cresceu 2,2% – ambos no primeiro trimestre de 2022 ante primeiro trimestre de 2021, com uma projeção de crescimento de 1,5% no ano. A manutenção do Auxílio Brasil, que impulsiona a compra de categorias de produtos de primeira necessidade, também é um fator favorável ao setor”, prossegue.

Consumo

A consultoria revelou o desempenho dos diversos canais de venda de produtos mercearis e de farma-cosméticos no varejo, boa parte deles atendida pelo atacado distribuidor. O resultado médio dos canais em âmbito nacional é uma retração de -8,5% em volume de um crescimento de 2% em valor no primeiro trimestre de 2022 na comparação como mesmo período de 2021.

O destaque fica com o desempenho do atacarejo (também chamado cash&carry ou atacado de autosserviço), que apresentou no período crescimento de 15,9% em faturamento. Também mostraram crescimento relevante em faturamento os supermercados grandes, entre 1.001m² e 2.500m² (10,9%), os pequenos supermercados pertencentes a redes (9,3%) e as redes de farmácias (8,9%).

O atacado de autosserviço e as redes de farmácias foram os únicos formatos que, além do resultado positivo em faturamento, tiveram também crescimento em volume: 1,1% e 4,2%, respectivamente.

Já o pequeno e médio autosserviço independente, isto é, não pertencente a nenhuma grande rede, sofreu retração de -4,4% em faturamento e -15,6% em volume, enquanto o varejo tradicional recuou -1,2% em faturamento, apesar de ter crescido 1,5% em volume.

Vale destacar que esses formatos apresentaram bom crescimento no primeiro trimestre de 2021 na relação com 2020, criando uma base de comparação forte que pode explicar parte do fraco desempenho deste ano. No ano passado, o autosserviço independente cresceu 21,2% em faturamento e 9,4% em volume, enquanto os tradicionais avançaram 17,5% em faturamento e 14,4% em volume.

Parte da queda também pode ser devida ao retorno de muitos brasileiros ao mercado de trabalho e à menor utilização do sistema de home office, aumentando a circulação de pessoas na rua e consequentemente aumentando a quantidade de refeições fora do lar – consumo este que não é mensurado neste estudo.

Daniel Asp também chama atenção para o fato de que o desempenho global dos canais, com queda de -8,5% em volume, no acumulado do ano em março, apresenta uma melhora em relação aos meses anteriores. “A queda desse indicador foi de -11,6% em janeiro e de -10,6% em fevereiro. Isso significa que as perdas estão gradativamente diminuindo, o que permite projetar que pode haver uma virada positiva para o crescimento no volume de vendas nos próximos meses. Essa projeção está em linha com as expectativas de retomada na economia”, diz.

Segundo o presidente da ABAD, o atacado distribuidor também trabalha com essa expectativa: “A ABAD está projetando um crescimento em torno de 2% para o setor em 2022”.

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