ABAD promove encontro com a indústria para tratar de desafios do setor

Na terça-feira, 26 de março, a ABAD promoveu a primeira edição de 2024 do Almoço do Presidente com a Indústria. O encontro, realizado no Hotel Unique, em São Paulo (SP), reuniu a diretoria da ABAD, sob o comando do presidente Leonardo Miguel Severini, com executivos de grandes indústrias nacionais (Cless Cosméticos, Colgate-Palmolive, Henkel, Masterfoods Brasil e Mondelez) para um bate-papo descontraído sobre o atual cenário brasileiro e os principais desafios do setor. Entre os temas enfatizados estavam as particularidades do Brasil como país emergente e continental e a necessidade de fortalecimento do pequeno varejo.

Após agradecer a presença de todos, o presidente da ABAD destacou que o momento era importantíssimo para que a entidade ouvisse as percepções da cadeia de abastecimento sobre as incertezas econômicas e políticas.

Brasil e suas particularidades

Adriana Hartmann, CEO no Brasil da MasterFoods, foi a primeira participante a pontuar o poder do Brasil entre os mercados globais. “Nos últimos três ou quatro anos, nosso crescimento esteve concentrado nos países emergentes. E sabemos que seguirá assim independentemente de fatores políticos e econômicos. Diante disso, vemos que o cenário global tem também muitas instabilidades e o Brasil surge como uma grande prioridade”, declarou.

Para a Mondelez, o foco nos brasileiros também é importantíssimo. Segundo Bianca Horbe, diretora de TT da companhia, os últimos quatro anos foram espetaculares para os negócios em território brasileiro. “O Brasil é um mercado superimportante para a nossa empresa. Tanto que fizemos grandes investimentos nas nossas linhas por aqui por ter a consciência de que o país será relevante na agenda de crescimento futura da marca”, declarou.

Na visão de Ricardo Barros, diretor Adesivos Consumo América Latina da Henkel, os mercados emergentes são extremamente atrativos para a indústria, pois são os únicos com potencial de crescimento de dois dígitos. “Os países mais maduros têm baixos índices de crescimento, enquanto nações como Brasil, Índia e países asiáticos no geral apresentam excelentes oportunidades”, disse.

Porém, em meio a tantas oportunidades, existem inúmeros desafios. Um deles está no fato de que o Brasil é único no mundo, o que o impossibilita de ser comparado para a elaboração de estratégias comerciais. “Não temos como nos inspirar no Chile, que é emergente, mas é infinitamente menor, tampouco na Índia, que tem uma população grandiosa, mas uma cultura totalmente distinta da nossa”, pontuou José Rodrigues da Costa Neto, vice-presidente da ABAD, da JC Distribuição.

De forma geral, a indústria se mostra otimista, como demonstrou Stelo Queiroz, diretor nacional de Vendas da Colgate. “O ano seguirá desafiador. O Brasil é uma montanha-russa, mas é, também, um país muito resiliente. Estamos otimistas acreditando que será mais um belo período para nossos negócios”.

Pequeno varejo precisa de atenção

Entre os desafios do setor, os executivos da indústria mencionaram a importância da cadeia de abastecimento dar atenção ao pequeno varejo, responsável pelo atendimento à parte expressiva da população. “Está cada vez mais difícil atender melhor o pequeno varejista, que trabalha com dois ou três checkouts. Temos que pensar, juntos, como chegaremos com qualidade nesse cara que é absurdamente importante para o ecossistema”, declarou Costa Neto.

Para balizar essa percepção, Oscar Attisano, superintendente executivo da ABAD, trouxe um dado importante. “Temos um milhão de pontos de venda espalhados pelo Brasil e as grandes redes dos grandes centros não chegam a 100 mil lojas”, disse.

Luiz Antenor Piccoli, presidente da Cless, comentou sobre a estratégia adotada pela empresa para concorrer entre os gigantes do setor: “Começamos com cosméticos e hoje temos uma marca importante de higiene e beleza. Lançamos produtos de nicho para aumentar o ticket médio e, assim, ganhar destaque”, explicou.

A conclusão do grupo é que o segredo do sucesso está em agregar valor ao processo. “A indústria tem o papel de capitanear essa melhoria sobre como trabalhar melhor os pontos de venda e criar valor para o negócio. Ela pode aprender e nos ensinar para estarmos, todos, alinhados”, sugeriu Alair Martins Junior, vice-presidente ABAD, do Grupo Martins.

2 respostas

  1. O sr. Alair Martins Junior tem razão: agregar valor necessita buscar novas experiências que precisam de Diagnósticos baseados em pesquisas e consultas do Relacionamento Comercial entre os integrantes da cadeia.
    Luis Tadeu Dix
    tadix1@outlook.com

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