O painel “Liderando com governança e consciência”, realizado durante a sétima Convenção Anual do Grupo ABAD Jovens e Sucessores (GAJS), foi embasado na importância da cultura empresarial sustentando decisões durante o processo de implementação da governança corporativa. Com moderação de Alessandro Dessimoni, da Dessimoni e Blanco Advogados, os painelistas compartilharam experiências e novidades sobre como liderar em pleno 2024.
Participaram Cristian Arriagada Bendezan, da 3M do Brasil; Carolyne Dal Berto, da Disdal Distribuidora; Angela Veit, sucessora da Maxiforja; e Hugo Bethlen, do Instituto Capitalismo Consciente.
“Você pode ter tudo estruturado em termos de governança, mas se não tiver uma cultura e um ambiente propício à prática dessa governança, não funcionará”, iniciou Dessimoni.
Na sequência, Bendezan falou sobre como foi chegar a uma companhia que está há mais de um século no mercado com o intuito de imputar, aos times, a cultura trazida de uma multinacional. “O meu maior erro foi pensar que tudo o que cabia a uma multinacional se aplicaria a qualquer empresa. Foi então que entendemos que tínhamos de usar a nossa experiência de governança para potencializar a cultura que ali já existia”, disse.
Carolyne também compartilhou sua visão de quando um gestor foi contratado e, ao chegar, quis modificar a cultura empresarial que funcionava muito bem e estava plenamente enraizada. “Falamos que era ele quem tinha de se adequar. Foi um embate, pois os valores que ele trazia eram bastante diferentes dos nossos. E, então, acabou não dando certo”, explicou.
Segundo a executiva, quando uma decisão precisa ser tomada e não há tempo hábil para reunir o comitê, fazer uma reunião de conselho, é preciso olhar para os valores. “Se tudo estiver de acordo com a nossa cultura, aí sim tomamos aquela decisão”, disse. Complementando, Dessimoni disse que “não ter uma regra clara de governança é um problema, mas quando essa regra não existe, é a cultura que deve imperar”.
Errar não é fraqueza
Bethlen apresentou, à discussão, um ponto bastante relevante que já tinha sido abordado em outros momentos da convenção: a importância de arriscar e se permitir errar. “É fundamental que as empresas permitam que as novas gerações tomem as decisões em um ambiente sujeito ao erro. Ser vulnerável não é uma fraqueza, é uma habilidade. Quando a gente não erra, a gente não inova. E quando somos desafiados a inovar e, ao errar, somos punidos, ficamos com medo. Um ser humano com medo, acuado, só consegue pensar em sair daquela situação”, explicou.
Complementando o raciocínio, Bendezan finalizou com um pensamento sábio ao dizer que “em um processo de transparência e confiança, o erro é permitido e produtivo”.
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