Em busca de conexão para melhorias, o mediador Giuseppe Lotto, da Temsi, recepcionou os executivos de duas distribuidoras, duas indústrias e duas empresas de tecnologia no painel “Tecnologia e automação na logística: como impulsionar a produtividade operacional” realizado na tarde desta terça-feira na 43ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, principal evento da ABAD.
Automação ou mão de obra humana? Colaboradores próprios ou terceiros? Com essas indagações, o consultor da Temsi iniciou sua apresentação para destacar alguns dos temas que têm afetado o dia a dia de distribuidores e atacadistas. “A logística é impactada por fatores externos, como as leis trabalhistas e tributárias e a infraestrutura, mas eu acredito que o mais importante aqui é falar o que podemos fazer dentro da empresa para melhorar a performance”, disse Lotto, lembrando que é primordial começar olhando para os processos básicos.
Ouvir clientes e equipe de vendas é o que a Destro Macroatacado faz nesse sentido, explica Emerson Destro. “Com isso a gente está sempre buscando fazer mais, entregar melhor, ter eficiência logística e redução de custos”, afirmou o executivo, citando com um dos principais desafios do setor ter uma capacidade linear para atender uma demanda inconstante. “A gente não consegue combinar o jogo com todos, tem fornecedores que negociam volume, mas o cliente está preocupado em vender, por isso o investimento em projetos logísticos e de tecnologia são de extrema importância”, explicou.
De acordo com Inácio Américo Miranda Júnior, da KarneKeijo, entre os desafios do setor está o de trabalhar com uma logística tributária e não geográfica. “Nossa empresa tem 45 anos de distribuição de food service. Estamos em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte e temos que ter filiais nos três estados para usufruir de incentivos fiscais apesar da Paraíba estar a 90 quilômetros de Recife”, explicou ele, que acredita que os aceleradores da indústria 4.0 ajudarão a reduzir custos, citando: realidade aumentada, computação em nuvem, internet das coisas, sistema integrados, simulações, manufatura aditiva, robôs autônomos, big data e segurança da informação.
Já a automação por meio de máquinas não utilizadas pelos seus pares no país foi um dos fatores mais significativos para o crescimento da Cremer, empresa criada em 2019/2020. “Detemos 70% da capacidade de produção do Brasil em lenço umedecido e abrimos mais de 50 mil pontos de vendas em supermercados”, afirmou o executivo Renan Hervelha.
Vice-presidente de Vendas Latam da Kion, Adriana Firmo utilizou seu tempo para apresentar algumas das soluções tecnológicas da multinacional alemã para aprimorar a eficiência dos Centros de Distribuição. “Cuidamos da intralogística, para dentro do muro do CD e entre as megatendências que vem nos impulsionando destaco a automação e o e-commerce”, disse ela, que citou a utilização de robôs mobiles e empilhadeiras com operação remota.
Entre as tecnologias apresentadas também foram destaque os smarts pallets da CHEP, empresa pioneira no modelo de economia circular. “Estamos evoluindo com a tecnologia e inovações digitais dentro da cadeia de suprimentos”, disse o executivo André Cardoso, explicando que os pallets possuem dispositivos instalados que asseguram a rastreabilidade na cadeia.
Quinta maior empresa de laticínios do Brasil, o case da Alvoar encerrou o painel. O executivo Antônio Rodrigues abordou as iniciativas de sinergia com parceiros que a empresa utilizou para otimizar recursos por meio de logística reversa. “Levamos a experiência das nossas fábricas para os nossos centros de distribuição e depois levamos para o varejo. Hoje temos quase 300 lojas de diferentes redes abastecidas conforme a venda real”, disse Rodrigues, explicando que como a empresa está presente em Minas Gerais e no Nordeste, foi possível otimizar o transporte com parceiros do varejo. “Em nove meses, uma parceria com a Coca-Cola somou 188 embarques de Suape a Caruaru, trazendo uma redução de custos de 20%”, completou.