Confiante e bem-humorado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou por quase uma hora para uma plateia formada por empresários do setor de comércio, em Brasília, na semana passada (17/9). Em seu discurso na abertura do IV Fórum Nacional do Comércio, evento promovido pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas, ele destacou temas importantes em debate no governo, como a reforma tributária, a desburocratização e as expectativas em relação à economia brasileira.
Guedes reafirmou aos 900 convidados, entre eles os integrantes da UNECS – União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, a confiança nas reformas que o governo está capitaneando. O ministro disse que as ações do governo, com apoio do Congresso, muito em breve trarão resultados. “Tínhamos um diagnóstico quando assumimos. Os gastos públicos deveriam ser enfrentados e as reformas deveriam ser implementadas, só assim o Brasil encontraria uma rota de crescimento sustentável.”
Segundo Guedes, o Brasil avançou muito em 2019. “Conseguimos aprovar a Reforma da Previdência, a MP da Liberdade Econômica, avançamos nas privatizações, fechamos acordos com o Mercosul e a União Europeia”, enumerou. “As mudanças estão acontecendo, e temos certeza que os resultados virão já no próximo ano”, disse.
O chefe da Economia aproveitou para apontar quais são as metas futuras do governo. “Estamos trocando o eixo. Queremos que o motor da economia passe a ser o setor privado. Para isso, temos que reduzir os juros, os impostos, o endividamento, privatizar e atrair investimentos externos”.
O Ministro falou da sua obsessão pelo corte de gastos e disse que prefere “furar o piso, fazendo mais cortes, que quebrar a lei que impõe o teto de gastos”. Foi aplaudido ao dizer que o governo Bolsonaro não vai aumentar imposto. “Ao contrário! Vamos reduzir impostos, simplificar o sistema tributário e desonerar a folha de pagamentos”.
Guedes também falou do cenário político. Disse que é uma injustiça com o governo afirmarem que o espaço democrático está sendo reduzido. “É o contrário! Antes havia espaço apenas para um espectro político ligado à esquerda e ao centro-esquerda. Hoje o Brasil ampliou esse espectro com o surgimento do centro-direita e de um pensamento conservador”.
O presidente da CNDL e anfitrião do evento, José César da Costa, seguiu o pensamento do ministro, afirmando que o momento do Brasil é de transformação e exige de todos os brasileiros coragem para enfrentar os desafios que se abrem ao país. “Quando o povo brasileiro se lançou às ruas pedindo mudanças, assumiu um programa inovador e disruptivo a ser implantado e cumprido por toda a Nação”, disse.
Além do ministro da Economia, também participou da abertura o presidente do Sebrae Nacional, Carlos Melles, o deputado federal Efraim Filho, presidente da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços, o presidente da UNECS e da CACB, George Pinheiro, o presidente da ABAD, Emerson Destro, o presidente da Alshop, Nabil Sahion, e os executivos das demais entidades.
Rogério Marinho
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, participou do Fórum no segundo dia de evento. Falando sobre os benefícios das reformas trabalhista e previdenciária, ele prometeu o lançamento de medidas para dinamizar o mercado de trabalho até o fim de outubro. De acordo com Marinho, no pacote estarão ações sobre empregabilidade, requalificação profissional e microcrédito.
Marinho adiantou ainda que tem conversado com o Congresso sobre uma possível flexibilização das cotas exigidas para menores aprendizes e portadores de deficiência nas empresas. Essa discussão, porém, não faz parte das medidas que serão anunciadas no próximo mês.
Sergio Moro
Também presente no segundo dia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, foi homenageado e recebeu o prêmio Mérito Lojista Nacional. Moro se disse honrado e destacou a importância do setor varejista. “Esse é um dos setores mais importantes da nossa economia, o que mais emprega. Esse prêmio é motivo de muito orgulho”, disse. Em sua fala, ele afirmou que “um país mais seguro tem um ambiente mais propenso para o desenvolvimento da economia”.
Em seu discurso, destacou o enfrentamento ao crime organizado, com a transferência de líderes de facções criminosas para presídios Federais e do aumento de apreensões de cocaína. Disse também que orientou à Polícia Federal a seguir agindo contra a corrupção, “um crime que tem um custo altíssimo para o Brasil”.
*Com informações da assessoria de comunicação da CNDL.