Mulheres debatem “Os caminhos da retomada econômica”

O painel “Os Caminhos da Retomada Econômica” encerrou na quarta-feira (24) os debates da ABAD 2019 ATIBAIA, tendo como participantes A economista Ana Carla Abrão Costa, sócia e principal executiva da consultoria Oliver Wyman no Brasil, Juliana Azevedo, presidente da P&G Brasil, Manzar Feres, Vice-Presidente da Serasa Experian e Rafaela Kayser Nejm, diretora da DecMinas Distribuição e Logística, deram suas visões a contribuições, mediadas pela jornalista Christiane Pelajo.

Ana Carla Abrão Costa fez a palestra inicial, trazendo dados de estudos realizados pela Oliver Wyman que apresentam o panorama da economia brasileira nos últimos 20 anos. Apesar de dados sociodemográficos positivos como o crescimento do PIB per capita, queda da mortalidade infantil e aumento de expectativa de vida, além de boas notícias para os setores produtivos como a Selic em seu menos patamar histórico, a economista destacou que o quadro geral ainda é ruim.

“Somos ainda o 3º país mais desigual do mundo, e com crescimento decrescente desde 2014, na contramão da tendência global”, apontou, mencionando estudos que indicam que o descolamento entre o Brasil e o restante do mundo deve-se ao fator produtividade. “Tivemos ganho zero na produtividade brasileira os últimos 20 anos, que hoje é 45% da dos EUA.”

De acordo com o estudo, os seis principais pilares desse mau resultado são educação de má qualidade, infraestrutura deficiente, falta de abertura comercial, ambiente de negócios desfavorável, mercado de crédito insuficiente e ineficiência do setor público. Tudo isso impacta a confiança e o nível de investimentos.

Sobre este último item, Ana Carla lembra que “metade da economia do país está no setor público, e a outra metade depende de alguma forma da produtividade do setor público, que é o grande motor de geração de oportunidades para a população mais pobre, provendo serviços como educação, saúde e segurança”. Por essa razão, diz a economista, além das reformas que estão na pauta do Legislativo, é preciso realizar mudanças infraconstitucionais que melhorem a eficiência do Estado.

Questionada pela mediadora sobre como alavancar o consumo nesse cenário, Ana Carla respondeu que dependemos das reformas. “Não há outra agenda”, garante. “Viemos de uma recessão violenta, na qual o país empobreceu 10%, e, apesar de a Selic estar no menor patamar histórico, ainda temos mais de 13 milhões de desempregados. A falta de confiança decorrente desse cenário impacta negativamente o consumo.”

Para Juliana Azevedo, a solução está na inovação, não apenas em relação a produtos, mas englobando também produtividade, transportes, uso de dados, na comunicação e no modelo do negócio como um todo. “Nossa empresa está apostando nisso, e deve inaugurar em breve um novo centro de pesquisas para poder oferecer produtos que atendam aos anseios do consumidor de forma ainda mais certeira, que apresentem boa relação custo-benefício e impactem menos o bolso da população.”

Rafaela Nejm opinou que o pior já passou e é importante cada empresa olhe para dentro de casa em busca de eficiência, produtividade e criatividade para desenvolver novas formas de solucionar problemas. “O empresário é naturalmente um otimista, e segue fazendo o que precisa ser feito.”

Manzar Feres, que está no setor de serviços, também é otimista e associa inovação, criatividade e produtividade. Como exemplo de inovação de efeitos positivos na economia, destacou a aprovação das novas regras do cadastro positivo. “A Serasa espera incluir 23 milhões de pessoas em seus bancos de dados, o que deve impulsionar o crédito e ajudar o país a retomar o crescimento”, concluiu.

Veja a apresentação da economista Ana Carla Abrão Costa.

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