A apresentação de Conrado Schlochauer, especialista em desenvolvimento contínuo, prendeu a atenção do público presente na edição 2024 do Encontro de Valor ABAD. Responsável pelo Momento Inovação, ele, que é autor do best-seller Lifelong Learners – o poder do aprendizado contínuo, enfatizou que “não há cultura de inovação sem cultura de aprendizagem”.
Foram 45 minutos de muita informação sobre como, na vida adulta, o ser humano deixa de focar no aprendizado e quais os impactos da tecnologia na construção desse conhecimento.
Para Schlochauer, é preciso ser mais “presentista” para, de fato, entender o que está acontecendo agora. “Precisamos de um olhar para o hoje, para novembro de 2024. Falamos muito em tendências, mas precisamos pensar nos papéis da inovação e do aprendizado no agora”, disse.
Segundo o especialista, vivemos um momento de superficialidade, afinal, pensar sem profundidade é prazeroso e estamos em um momento tecnológico onde o estímulo é contínuo, minúsculo, ruim e viciante. “Simplificamos a busca pelo aprendizado”, disse. Essa foi uma clara referência ao setor de redes sociais e vídeos rápidos que, inclusive, interfere na dopamina dos usuários. “É a sociedade do like e do dislike”, afirmou.
Mudanças rápidas
Schlochauer provocou os presentes a relembrar a palestra de Walter Longo sobre inteligência artificial na edição de 2023 do Encontro de Valor. “O que aprendemos de lá para cá? Quem tem utilizado inteligência artificial no dia a dia do trabalho”, questionou, contabilizando, com as manifestações, que somente 20% da plateia afirmava estar imersa nessa novidade tecnológica.
Para mostrar que o mundo atual é um mundo de mudanças rápidas, o especialista trouxe um dado atualizado e importante: o Walmart anunciou recentemente que a inteligência artificial contribuiu com a redução de 40% dos custos da companhia. “A IA gera um novo espaço competitivo, mas as pessoas ainda não estão preparadas para entendê-lo”, disse.
Insights e convites para a ação
Schlochauer apresentou alguns importantes insights sobre como construir uma cultura de aprendizagem que fomente a inovação. Entre eles, a necessidade de alinhar conceitos como mudar, transformar, inovar, aquecer e resolver problemas. É preciso aderir à cultura do questionamento e da curiosidade. “A inovação – que está vinculada a um olhar estratégico – vai nascer desse espaço”, disse.
Na visão dele, é preciso ter desejo e ambição para inovar de forma consistente. E isso exige que a governança corporativa estimule a cultura inovativa junto ao conselho. “É a vontade que nos faz chegar longe”.
A frase que abre essa matéria é um dos insights de Schlochauer: não há cultura de inovação sem cultura de aprendizagem. “Temos que criar um ambiente onde o aprendizado aconteça o tempo todo”, pontuou. Segundo ele, aprendizagem madura é aquela que tem capacidade de criar um ambiente fluido que estimule a autonomia e a troca de conhecimento entre colaboradores tanto no espaço formal quanto no informal.
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