O encerramento da sétima Convenção Anual do Grupo ABAD Jovens e Sucessores, realizada na terça-feira, 26 de novembro, no Clube Monte Líbano, em São Paulo, contou com um painel para abordar a dinâmica das empresas após o processo de sucessão. Para isso, o mediador Celso Tozzo contou com a participação de Luciana Dal Berto, da Disdal Distribuidora, e Marcelo Queiroz, do Rio Quality.
O debate buscou exemplificar como funciona a transição de um ciclo para o outro, seja na liderança de uma empresa familiar ou na continuidade de um legado. Para isso, os painelistas citaram desafios e oportunidades visualizadas no meio do caminho.
Enquanto Queiroz está vivendo, nesse momento, uma sucessão planejada, Luciana foi bruscamente impactada com a necessidade de um processo sucessório em virtude do falecimento repentino do seu marido, Clair Dal Berto, então presidente da companhia, cargo posteriormente assumido por Luciana.
“Quando o bastão caiu no meu colo, após a perda do meu esposo, a primeira sensação que senti foi de pânico. A gente se apavora e é nessa hora que colocamos toda a estrutura de governança recém-construída a prova”, disse Luciana. A executiva ainda mencionou um ponto importante: cerca de um mês antes do falecimento de Clair, a companhia passou pelo processo de inventário, onde foi colocada em nome dos herdeiros com usos e frutos dos pais. “O fato de já termos feito a doação facilitou nosso processo”.
O que Luciana disse ser bastante importante, principalmente diante de situações imprevistas, é que haja, ao menos, dois ou três gestores com conhecimento total da companhia. Isso ocorre quando as decisões não são tomadas individualmente, mas sempre no coletivo. “Para termos unicidade nas áreas, todas precisam estar por dentro. Então fazemos reuniões semanais para que todos saibam o que está acontecendo na empresa”, explica.
Planejamento sucessório
“O planejamento sucessório é uma jornada que precisa ser planejada ao longo do tempo e envolve, sempre, ao menos duas gerações”, pontua Queiroz. Para ele, tudo começa na profissionalização da gestão. “Fazer uma reunião sem registrar em ata, por exemplo, é uma falha simples”, disse.
Luciana acredita que o feito é melhor do que o perfeito. “Não há necessidade de começar com formalidade. Independentemente do tamanho da empresa, é mais simples começar com alguns rituais de governança”, disse, lembrando que governança é cultura, e cultura não se constrói da noite para o dia.
A Convenção Anual do Grupo ABAD Jovens e Sucessores foi encerra com sucesso e com a participação de cerca de 250 lideranças do país.
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