Ainda que a economia apresente desafios, como conter uma inflação em alta, a perspectiva de consumo sinaliza crescimento e bons ventos para as empresas do canal indireto. O desafio, porém, está na capacidade de os agentes de distribuição se ajustarem aos tempos atuais e entenderem as necessidades dos consumidores e dos pontos de vendas. Essa foi a conclusão do painel “Tendência, transformação e inovação em um mundo colaborativo”, apresentado na 40ª Convenção Anual do Canal Indireto da ABAD.
Ricardo Amorim destacou que o padrão de crescimento de consumo do ano passado foi puxado pela população de baixa renda, situação que se inverte em 2021, com a maior participação de pessoas que estão no topo da pirâmide de renda, com a retomada de emprego e da renda de salário especialmente para os mais qualificados. Ele espera ainda a normalização da vida e da atividade econômica, com a aceleração da vacinação, e destaca ainda o crescimento do consumo que está começando no Brasil somado a expansão de crédito (inclusive o imobiliário), que permanece forte, mas deve enfraquecer o ano que vem em razão da alta dos juros.
“Eu acredito que o PIB terá crescimento de 6%, mas, na contrapartida, a inflação vem batendo na faixa de 8% e até pode cair, mas não significativamente até o final do ano”, disse.
O painel contou ainda com a participação de Ricardo Zuccollo, vice-presidente de desenvolvimento de clientes da Unilever, que destacou as ações tecnológicas da indústria para alavancar a comunicação com os PDVs e adaptados ao mundo digitalizado dos shoppers, mais conectados e que imprimem valor as suas escolhas de produtos e marcas e locais de compras.
“Cada vez mais o shopper quer o produto com a cara dele. É fundamental usar os dados disponíveis. As empresas que conseguirem utilizar as informações a favor do seu negócio, tornando essa prática uma cultura da empresa, vai ter muito ganho”, disse.
Paulo Lucena, diretor comercial da Neogrid, destacou a jornada da colaboração, destacando três pilares: confiança, informação e tecnologia. Segundo ele, é preciso refletir se estamos estabelecendo relações de confiança com os parceiros de negócio ou se ainda temos medo e estamos presos a ortodoxias. Lembrou ainda que nunca tivemos tanto acesso á informação como agora, enfatizando que 70% dos varejos compartilham o sell out com a Neogrid, dado esse que é repassado à indústria.
“Na Neogrid queremos uma relação onde todos ganham: indústria, distribuidor e varejo. Por isso, deixo aqui uma reflexão final: se estamos preparados para essa jornada?”, questionou.
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