O impacto das apostas on-line no canal alimentar, o primeiro semestre das atividades da UniABAD e o lançamento de uma pesquisa sobre o perfil do pequeno varejo nacional foram assuntos na coletiva de imprensa que antecedeu a abertura da 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto promovida pela ABAD. Realizada no Bourbon Convention Resort Atibaia, no interior de São Paulo, a reunião recebeu jornalistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul no final da manhã desta segunda-feira, 16 de junho.
“As pessoas que respondem pelos orçamentos familiares têm uma percepção sobre as ‘bets’ que está muito errada, que é um complemento de renda, o que não acontece na prática. O Brasil carece de uma regulamentação, principalmente em relação à propaganda e ao retorno dessas apostas”, destacou o presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, que também lidera a UNECS (União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços), entidade da qual a ABAD participa e que lidera essa pauta.
Segundo Severini, entretanto, apesar das bets serem uma “ameaça” ao comércio e ao consumidor, a expectativa da ABAD para o segundo semestre de 2025 continua positiva. “A gente tem visto desde o ano passado um crescimento real e consistente em cima do canal alimentação e mantemos essa expectativa até porque o segundo semestre historicamente é muito melhor do que o primeiro”, completou.
Com abertura oficial às 19h30, o maior evento do setor no Brasil tem vasta programação para os cerca de 850 participantes. Claudia Rivoiro, editora-chefe da Revista Distribuição, mediou a coletiva e anunciou a agenda: seis painéis sobre os temas Canal Indireto, Logística, ESG, Inovação e Tecnologia, Finanças e Lucratividade e Economia, além de dois pitchs, um abordando a UniABAD e outro sobre a pesquisa da NielsenIQ, cujos conteúdos foram introduzidos na entrevista.
Superintendente-executivo da ASDAB (Associação dos Agentes de Distribuição da Bahia), Emerson Borges, contou que a ideia da UniABAD nasceu em 2016, mas que o projeto foi consolidado apenas em 2024. “Em fevereiro fizemos o vestibular e hoje estamos com 655 alunos no primeiro curso superior de Tecnologia em Gestão de Vendas, Logística e Distribuição do Brasil”, disse ele, lembrando que a faculdade é 100% on-line e a expectativa é lançar novos cursos.
Já o diretor de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ, Domenico Tremarolli Filho, apresentou, com exclusividade aos presentes, um resumo da nova pesquisa conduzida pela entidade. Trata-se de um estudo inédito sobre o pequeno varejo brasileiro, realizado com base em entrevistas feitas com 400 estabelecimentos em todo o país. O objetivo foi mapear o funcionamento do chamado “varejo de vizinhança” e compreender os fatores que influenciam suas decisões de compra, estrutura física, operação e relação com os canais digitais.
Entre os resultados apresentados, surpreendeu o fato de o atacarejo estar abaixo de supermercados e hipermercados em vários recortes da pesquisa, sobre os principais responsáveis pelo abastecimento de pequenos varejos. A respeito disso, Tremarolli elucidou: “são mais de 416 mil pequenos estabelecimentos comerciais no Brasil, e o universo de atacarejo hoje está entre 2 mil e 2,5 mil lojas, ou seja, não é suficiente para abastecer todos esses pequenos comerciantes. Por isso muitos recorrem ainda a supermercados e hipermercados em função das promoções e porque o atacarejo ainda não chegou em muitas regiões do Brasil”, explicou.
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