Diante dos cenários que se desenham na retomada das atividades pós período pandêmico, executivos das principais empresas fornecedoras de ferramentas tecnológicas são unânimes em reconhecer uma importante transformação no Brasil. Especialmente depois das recentes mudanças regulatórias provocadas pelo Pix como forma de pagamento, plenamente absorvido pelo consumidor brasileiro, as formas de gerenciamento de dados sobre produtos precisam acompanhar essa evolução. No painel “Tecnologias e processos em benefício da gestão” participaram algumas das empresas mais relevantes do segmento, durante a programação do 41ª Convenção anual do canal indireto – ABAD 2022 ATIBAIA.
Com a disseminação do modelo híbrido de trabalho, imposto pelo isolamento na pandemia de Covid-19, as formas de consumir ficaram muito mais digitais, o que provocou a adaptação também dos agentes de distribuição. Novas formas eficientes de controle de processos se moldaram para atender ao cliente muito mais conectado. Uma importante constatação apresentada pelos painelistas foi a de que, cada vez mais, o varejo está se tornando hightech. Alberto Sorrentino, da Varese Retail, ressaltou o cadastro como o centro do processo de conhecimento de clientes e de produtos e de quanto é importante manter essa ferramenta planejada e atualizada. “Tecnologia e logística como estratégias são fundamentais para unificar as formas de processar os pedidos”, complementou o executivo. Ele destacou que, com a implantação da internet 5G, essa revolução será ainda mais impactante para os ecossistemas do varejo.
Outra tendência em franca implementação no Brasil e no mundo para sistematizar todas as informações sobre o produto é o código bidimensional em substituição ao código de barras convencional, apresentado pela Ana Paula Maniero, da GSI. Muito mais abrangente, o novo formato de identificação concentra mais dados do produto e interliga as pontas de todo o processo, permitindo interação tanto da indústria ou produtor, da operação de loja, quanto o consumidor. A tecnologia permite carregar informações sobre cadastro, estoque e também de validade, mais eficiente e ocupa menos espaços nas embalagens. “A proposta é que as empresas se preparem para essa padronização, centralizando tudo e propiciando rastreabilidade do produto e mais eficiência”, disse Ana Paula.
As formas de pagamento também foram impactadas por recentes mudanças, como vendas pelo whats e aplicativos de entregas. Na evolução das vendas digitais, a tecnologia tem sido desenvolvida para evitar rupturas de estoque e contribui para a eficiência logística. Essas constatações foram trazidas por Elói Assis, da Totvs, falando sobre o desafio em tempos de dados na ponta dos dedos: “As transformações digitais são constantes, graduais para acompanhar o ritmo frenético do varejo”, definiu o empresário.
Sob o aspecto da excelência de vendas, Marcelo Paiva, da Mondelez, comentou que é preciso definir estratégias a serviço do crescimento e reconhecer o tamanho do negócio para definir o potencial futuro, e sentenciou: “Vai se destacar a empresa que, baseada na procura, no tipo de loja, pode reconhecer a diversidade do mercado”.
Concluindo o painel, o presidente Leonardo Miguel Severini definiu que as tecnologias farão com que indústria deixe de ser mera operadora logística, “mas passará a atuar no ecossistema para investir em outras frentes”, portanto a importância de alternativas como a transição para o código bidimensional, considerando ainda a complexidade das proporções continentais do País.
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