Após três quedas seguidas, varejo avança 1,3% em agosto

As vendas do varejo em agosto subiram 1,3% em relação a julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o primeiro aumento nas vendas depois de três quedas seguidas, acumulando assim alta de 2,6% no ano. Com o avanço, o comércio varejista alcança patamar próximo ao registrado em abril, de 1,2%, antes da paralisação dos caminhoneiros. A alta no mês também é a mais acentuada desde junho de 2017, quando a taxa cresceu 1,6%, na série com ajuste sazonal.

“A alta no varejo praticamente recupera a perda dos três meses anteriores”, observou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. De maio a julho, o varejo acumulou uma perda de 1,5%. Segundo Isabella, não houve mudança de tendência, o varejo mantém uma trajetória de crescimento lenta e gradual. Após o forte impacto da greve dos caminhoneiros sobre as vendas nos últimos meses, o varejo mostra acomodação.

 VAREJO – O movimento do comércio caiu 0,1% no país em setembro, na comparação com agosto, feito o ajuste sazonal, de acordo com estimativa da Serasa Experian. No mês anterior, houve alta de 0,9%, ante julho. Comparado a setembro do ano passado, o movimento aumentou 6,8%. No acumulado do ano, o crescimento é de 6,7%. De acordo com a Serasa, os consumidores estiveram mais cautelosos em setembro, com as notícias de disparada do dólar e as incertezas do quadro político-eleitoral. Com isso, com exceção do segmento de materiais de construção (alta de 1,3%), o comércio em geral exibiu desempenho negativo. Em supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, o movimento caiu 0,1% em setembro na comparação com agosto.

EMPREGO 1 – O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 3,3 pontos em setembro, o sétimo mês consecutivo de queda, disse a FGV em relatório. Com o resultado, o indicador atinge 91,0 pontos, menor nível desde dezembro de 2016 (90,0 pontos). “A queda reflete a elevada incerteza quanto ao crescimento da atividade econômica futura do Brasil e, portanto, quanto à geração do emprego”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV IBRE, em comentário no documento.

EMPREGO 2 – Os segmentos de varejo, serviços e atacado criaram juntos 31.518 vagas de trabalho formais em agosto no Estado de São Paulo, segundo levantamento da FecomercioSP. É o melhor desempenho mensal desde novembro de 2014 para esse conjunto de atividades, quando o total de vagas foi de 33.254. No varejo, a criação de 8.862 empregos com carteira assinada foi registrada após três meses seguidos de desempenho negativo. Os novos postos foram resultantes da contratação de 75.979 postos e fechamento de 67.117. O resultado é 18,5% melhor do que o registrado em agosto de 2017, quando foram criadas 7.477 vagas. Do total de contratações em agosto, 54% ocorreram no setor supermercadista. Já no atacado paulista, o mercado de trabalho cresceu pelo segundo mês seguido, com abertura em agosto de 1.692 oportunidades formais — resultado de 15.909 admissões e 14.217 demissões. “São dados bastante positivos, porque sabíamos que o ambiente político causaria um impacto negativo na economia. Agosto reflete a condensação de um período anterior ruim e também o início do principal período do ano para o comércio”, analisa Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP.

INADIMPLÊNCIA – A proporção de famílias paulistanas endividadas subiu pelo terceiro mês consecutivo, passando de 53,6% em agosto para 54,5% em setembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a taxa ficou tecnicamente estável. Atualmente, são 2,13 milhões de famílias na capital paulista que possuem algum tipo de dívida. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A taxa de inadimplência também teve sua terceira alta consecutiva, marcando 20,6% em setembro, a maior desde maio de 2012. Isso significa que são quase 804 mil famílias que não conseguiram quitar suas dívidas até a data do vencimento.

PRODUTIVIDADE – A produtividade do trabalho na indústria brasileira cresceu 4,3% entre 2016 e 2017 e ficou 2,3% superior à média dos principais parceiros comerciais em relação ao ano anterior. A conclusão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em pesquisa na qual compara o desempenho brasileiro com a média de Estados Unidos, Argentina, Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Holanda e Reino Unido. O avanço de mais de 4% da produtividade da indústria de transformação no Brasil só não foi maior que a apresentada pela Coreia do Sul, que cresceu 5,8%.

PIB – A previsão de crescimento da economia brasileira para este ano foi reduzida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para 1,4%. Ela estava prevista em 1,8%, em julho passado. Também houve diminuição na perspectiva de crescimento da economia brasileira para 2019 – de 2,5%, em julho, para 2,4%, agora. Apesar dessas reduções, o Fundo destacou que o Brasil está crescendo mais do que em 2017, quando ficou em apenas 1%. Isso foi “impulsionado pela recuperação da demanda privada à medida que o hiato do produto se fecha gradualmente”. Mesmo com essa visão positiva em relação ao ano passado, a perspectiva de crescimento do Brasil vem sendo reduzida no FMI desde abril. Naquele mês, a estimativa chegou a 2,3% para este ano. O organismo apontou que isso ocorreu inicialmente pela greve dos caminhoneiros, em maio, e por condições financeiras externas mais apertadas, “que são uma fonte de riscos para as perspectivas”. O Fundo afirmou ainda que o desemprego está alto no Brasil e a inflação está aumentando gradualmente. Também advertiu para a necessidade de reformas no país, como a previdenciária.

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