O Indicador da Serasa Experian que mede a atividade do comércio teve alta de 16,5% em junho, na comparação com maio deste ano, e registrou o segundo crescimento mensal consecutivo, feito os devidos ajustes sazonais. Na comparação de junho de 2020, com o mesmo mês de 2019, houve queda de 20,5% no nível de atividade do comércio. A expansão foi verificada em todos os setores analisados, com destaque para o segmento de Moveis, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Informática, que teve a maior alta na relação mensal (29,2%).
Ainda na avaliação por segmentos, o segundo lugar ficou com Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios (24,5%) e o terceiro com Material de Construção (23,9%). Na sequência, estão: Combustíveis e Lubrificantes (21,6%); Veículos, Motos e Peças (15,3%) e Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas (3,1%).
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, já é possível verificar uma recuperação da economia, ainda que gradual. Segundo ele, esse movimento começou em maio com a reabertura dos comércios em várias cidades do país e se estendeu para junho. “O destaque para o segmento de Móveis, Eletrodomésticos, Eletrônicos e Informática também pode ser explicado pela procura maior de aparelhos eletrônicos, como celular por exemplo, considerando que as pessoas estão mais em casa e, com isso, priorizando mais seus relacionamentos sociais por meio da tecnologia. Junho também tivemos o Dia dos Namorados, uma data importante para o comércio, que deve ter contribuído para o crescimento”, diz Rabi.
Outro segmento que conseguiu uma boa recuperação foi o de Veículos, Motos e Peças, que cresceu 15,3% em junho. “Trata-se de um setor importante na economia por interligar várias cadeias produtivas e estar entre os setores com potencial para geração de empregos”, finaliza o economista da Serasa Experian.
CONFIANÇA DO COMÉRCIO – O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 69,3 pontos em julho, aumento de 6,6%, em relação a junho, e queda de 39,5% na comparação com julho de 2019. Após ter alcançado o menor patamar da série histórica em junho (66,7 pontos), o avanço mensal é o primeiro em quatro meses desde o início da pandemia. O índice está, entretanto, 59 pontos abaixo do nível pré-crise e segue abaixo dos 100 pontos do corte de indiferença, na zona de avaliação pessimista.
VENDAS NO VAREJO – As vendas no varejo brasileiro caíram 24,1% em junho – descontada a inflação –, em comparação com o mesmo mês do ano passado, graças à Covid-19. É o que mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, a queda do ICVA foi de 22,9%. O calendário beneficiou levemente o resultado em junho em relação ao mesmo mês do ano passado. Dessa forma, o ICVA deflacionado com ajustes de calendário ficou negativo em 24,9%, ao passo que o nominal, também com ajustes de calendário, foi de -23,8%.
EMPREGO – Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com o fechamento de 1,5 milhão de postos de trabalho, a taxa de desemprego acelerou no fim de junho, atingindo o maior valor desde o início de maio, quando o IBGE passou a divulgar a evolução semanal do mercado de trabalho durante a pandemia. De acordo com o instituto, 12,4 milhões de brasileiros estavam em busca de trabalho na semana encerrada em 27 de junho, o que equivale a uma taxa de desemprego de 13,1%. São 2,6 milhões de pessoas a mais do que a primeira edição da pesquisa, na semana encerrada no dia 9 de maio.