Com uma piora das condições atuais, mais especificamente dos estoques, o Índice de Confiança da Indústria caiu 0,4 ponto em agosto, para 99,7 pontos – o menor nível desde janeiro, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Leituras abaixo de 100 indicam pessimismo. A média móvel trimestral do indicador recuou pelo quarto mês consecutivo, para 100 pontos. “A fragilidade da recuperação industrial, retratada pela sondagem ao longo do ano, culmina em agosto com a confiança inferior a 100 pontos pela primeira vez desde janeiro. A escassez de boas notícias e bons resultados, e o elevado nível de incerteza mantido por questões internas e externas, tornam a recuperação da confiança mais distante”, afirma, em nota, Tabi Thuler Santos, coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV.
A insatisfação das famílias com sua situação financeira atual também fez recuar o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em agosto, para 83,8 pontos, ante 84,2 pontos em julho, segundo a FGV. O dado tem ajuste sazonal. Em relação a agosto de 2017, houve alta de 2,4 pontos. “Diante da lenta recuperação do mercado de trabalho, do alto nível de incerteza, do risco de aceleração da inflação e das dificuldades de se alcançar o equilíbrio orçamentário familiar, os consumidores mantêm uma postura conservadora e cautelosa quanto aos gastos. Este desânimo terá um efeito redutor sobre o consumo das famílias ao longo do segundo semestre”, afirma, em nota, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Já a confiança do comércio subiu em agosto após quatro quedas seguidas. O índice que mede esse sentimento aumentou 1,1 ponto, indo de 88,8 pontos em julho para 89,9 pontos um mês depois, feito o ajuste sazonal. É a primeira alta após uma sequência de quatro quedas seguidas, com perdas acumuladas de 8 pontos. Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio do Ibre-FGV, considera tímida a reação do setor em agosto diante da queda recente. “As empresas continuam avaliando a situação atual de forma desfavorável, embora tenham uma melhora nas expectativas em relação aos próximos meses. A combinação de resultados sinaliza que o setor continua se recuperando lentamente, sujeito aos níveis elevados de incerteza e da também lenta evolução do mercado de trabalho”, afirma, em nota.
CUSTO DE VIDA – Pelo segundo mês consecutivo, aumentou o patamar de inflação previsto por consumidores brasileiros para os próximos 12 meses, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Expectativas de Inflação dos Consumidores subiu de 5,4% em julho para 5,7% em agosto, maior valor desde dezembro de 2017 (5,8%). A incerteza política devido ao acirramento da corrida presidencial levou a um cenário de câmbio mais volátil e aumentou a cautela dos consumidores quanto à influência do dólar mais alto nos preços do mercado doméstico, segundo Viviane Seda, economista da FGV. Na comparação com o mesmo período em 2017, houve recuo de 0,6 ponto percentual na expectativa.
ARRECADAÇÃO – A arrecadação federal de impostos registrou alta real de 12,83% em julho, perante um ano antes, para R$ 129,615 bilhões. É o melhor resultado para o mês desde 2011, quando somou R$ 137,375 bilhões, considerando valores atualizados pela inflação. Foi o nono mês seguido de aumento na receita no confronto anual considerando números corrigidos pela inflação. Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias, a retomada da economia, ajustes na legislação e recrudescimento da fiscalização da Receita Federal contribuíram para o desempenho. “Os indicadores macroeconômicos ajudam a explicar desempenho da arrecadação no mês”, afirmou Malaquias, apontando o desempenho da indústria, que se recuperou da queda provocada pela paralisação dos caminhoneiros em maio.
INFLAÇÃO – Com os efeitos da paralisação dos caminhoneiros se dissipando, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) desacelerou a alta para 0,13% em agosto, após marcar 0,64% um mês antes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o resultado mais baixo da prévia da inflação oficial para meses de agosto desde 2010. Desta forma, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 4,53% em julho para 4,30% em agosto. No acumulado do ano, o índice de preços subiu 3,14%.
CONSUMO – Após duas quedas consecutivas, o indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) subiu em agosto: 0,6 ponto, para 85,6 pontos ante julho. Na comparação com agosto de 2017, o aumento foi de 10,7 pontos. Mas a melhora foi apenas um “soluço de otimismo”, afirmou Antonio Everton Chaves Junior, economista da entidade. Para o consumidor, os efeitos da greve dos caminhoneiros ficaram para trás. Mas a falta de uma recuperação mais forte do mercado de trabalho aumenta a cautela com futuras compras, diz Chaves Jr. Tendo isso em vista, a CNC revisou de 4,8% para 4,5% a estimativa de aumento no volume de vendas do varejo ampliado em 2018.
EMPREGO – O mercado de trabalho brasileiro criou 47.319 vagas com carteira assinada em julho. Dessa forma, o país voltou a gerar empregos após a retração registrada em junho. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho, e estão sem ajuste – ou seja, não consideram informações entregues fora do prazo. O saldo de julho é resultado de 1.219.187 admissões e 1.171.868 desligamentos. Com o resultado de julho, o país volta ao movimento de criação de vagas observado nos primeiros cinco meses do ano.
INDÚSTRIA 1 – Sondagem mensal realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o setor aumentou a produção e diminuiu a ociosidade em julho. Ao mesmo tempo, porém, acumulou estoques indesejados, e o nível de emprego continuou a cair, mas de forma menos intensa. De acordo com o levantamento, o índice de evolução produção industrial passou de 50,8 pontos, em junho, para 52,2 pontos, no mês passado, o que significa que a atividade segue em recuperação gradual. O indicador vai de zero a cem pontos, e resultados abaixo de 50 pontos indicam queda ante o mês anterior. O aumento de produção é comum nesse período, segundo a CNI, já que o segundo semestre é um período de maior atividade industrial.
INDÚSTRIA 2 – Sondagem mensal realizada pela CN mostra que o setor aumentou a produção e diminuiu a ociosidade em julho. Por outro lado, acumulou estoques indesejados. E o nível de emprego continuou a cair, ainda que de forma menos intensa. Segundo a Sondagem Industrial da CNI, o índice de evolução da produção registrou elevação, passando de 50,8 pontos em junho para 52,2 pontos em julho, o que significa que a atividade industrial mantém recuperação gradual. O indicador varia de zero a cem pontos e resultados abaixo dos 50 pontos indicam queda frente ao mês anterior. De acordo com a CNI, é comum o aumento da produção no segundo semestre, pois o período é de maior atividade industrial.
INADIMPLÊNCIA – Em julho, havia 61,6 milhões consumidores inadimplentes no país, 200 mil a menos que em junho, segundo dados da Serasa Experian. Mas o número é 400 mil maior que na mesma época do ano passado. O montante alcançado pelas dívidas em julho deste ano foi de R$ 272,5 bilhões, com média de quatro dívidas por CPF, totalizando R$ 4.426 por pessoa. Segundo a Serasa Experian, economia enfraquecida e desemprego contribuem para manter a inadimplência em níveis recordes.