Cresce faturamento do setor atacadista e distribuidor em junho

A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), mostra, em termos nominais, crescimento de 8,82% em junho na comparação com o mês de maio e de 3,44% em relação ao mês de junho de 2017. No acumulado do ano, de janeiro a junho, houve queda de -3,24% em relação ao mesmo período de 2017.

“O desempenho do primeiro semestre foi bastante prejudicado pelo ritmo da retomada econômica, que não se consolidou, principalmente por conta do desemprego, que é o grande gargalo da economia. Por conta disso, há ainda uma grande desconfiança dos consumidores, acentuada pelas incertezas em relação ao cenário político”, afirma o presidente da ABAD, Emerson Luiz Destro.

A expectativa do setor, segundo Emerson, é de que o desempenho de junho, o melhor de 2018, se sustente e dite o ritmo do segundo semestre. “Tradicionalmente o segundo semestre é sempre melhor para o setor. Temos confiança de que, apesar de ser um ano atípico, o comportamento do consumidor se mantenha e até se anime mais com um desfecho positivo no campo político. Por conta disso, esperamos crescer pelo menos 1% ainda em 2018”, conclui.

INCERTEZA – O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 8,3 pontos entre junho e julho de 2018, para 116,8 pontos, informou a FGV. Com o resultado, o indicador persiste na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos) pelo quinto mês consecutivo. “Apesar de a proximidade das eleições deixar mais claro quem são os candidatos, ainda há muita dúvida sobre o compromisso e a capacidade de o presidente eleito conduzir um ajuste fiscal que coloque o país nos trilhos. No front externo, é esperar um comportamento mais previsível do presidente Trump e o fim da guerra comercial, que poderá provocar enormes estragos na economia mundial”, afirma FGV  em relatório.

PREVISÃO – As incertezas eleitorais e a greve dos caminhoneiros levaram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a piorar suas previsões para a economia brasileira neste ano. O Informe Conjuntural da entidade patronal traz números menores para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e da indústria do que os estimados no primeiro trimestre deste ano. A previsão de avanço no PIB de 2018 saiu de 2,6% para 1,6%. “A CNI reduziu a expectativa de crescimento em função do aumento do nível de incerteza dos últimos meses e do ambiente de dúvidas sobre o rumo do país”, informa a instituição.

CONFIANÇA 1 – O Índice de Confiança do Comércio (Icom), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 0,8 ponto em julho, ao passar de 89,6 para 88,8 pontos. Este é o menor nível do indicador desde agosto de 2017, quando marcou 84,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, houve recuo de 2,6 pontos. A queda da confiança em julho foi concentrada em quatro dos 13 segmentos pesquisados.

CONFIANÇA 2 – O leve aumento de 2,1 pontos em julho não implica uma mudança de tendência no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV. O movimento é mais um “respiro” após a forte queda de 4,8 pontos em junho, após a greve dos caminhoneiros, afirma Viviane Seda, coordenadora da Sondagem do Consumidor. Ela aponta que a fragilidade da confiança do brasileiro começou antes e perdura depois dos protestos nas estradas no fim de maio. “O índice caiu três meses seguidos por causa do ritmo lento da economia e de um mercado de trabalho que ainda não se recuperou”, afirma.

ARRECADAÇÃO – O crescimento real da arrecadação federal em junho, de 2,01% contra igual mês do ano passado, representa o menor avanço registrado pela Receita Federal em 2018. De acordo com o Fisco, afetaram os números do mês a greve dos caminhoneiros e a menor perspectiva para indicadores macroeconômicos como o Produto Interno Bruto (PIB). Considerando os avanços reais em cada mês, ou seja, já descontando a inflação, junho mostra uma desaceleração em relação aos resultados anteriores. A receita total cresceu 10,12% em janeiro, 10,67% em fevereiro, 3,95% em março, 7,83% em abril, 5,68% em maio e 2,01% em junho. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que a paralisação afetou os números “pontualmente” em junho e que outros fatores tiveram maior peso. “O comportamento da atividade econômica [mais fraco ao longo do ano] explica quase diretamente e arrecadação”, disse.

PIB – A atividade econômica brasileira teve retração de 1,5% entre abril e maio, na série com ajuste sazonal, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). Já no trimestre móvel findo em maio, houve recuo de 1% ante os três meses terminados em fevereiro. Na comparação interanual, a economia teve contração de 1,8% no mês de maio e crescimento 0,5% no trimestre móvel encerrado em maio. A queda de 1,8% na atividade econômica foi derivada principalmente dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros ocorrida nos dez últimos dias do mês, segundo a FGV. Esse efeito foi mais forte nas industriais de transformação (-9,1%), interrompendo a trajetória ascendente de 10 meses consecutivos, e em construção (-4,5%). Ainda no confronto com mesmo mês de 2017, na atividade de serviços, os setores mais atingidos foram transportes (-14,6%) e comércio (-4,4%).

INFLAÇÃO – A expectativa dos consumidores brasileiros para a inflação nos 12 meses seguintes passou de 5,2% em junho para 5,4% em julho, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na comparação com o mesmo período no ano anterior, houve recuo, de 1,5 ponto percentual. Na distribuição por faixas de inflação, em julho, 52,1% dos consumidores projetaram valores dentro dos limites de tolerância (3% a 6%) da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano. A proporção de consumidores indicando valores abaixo do limite inferior (3%) saiu de 18,2% em junho para 14% em julho. A frequência de previsões entre o limite inferior (3%) e a meta (4,5%) avançou de 25,5% para 28,6% do total no período.

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