O faturamento do setor atacadista distribuidor cresceu 2,84% em fevereiro em relação ao mesmo mês do ano passado, mostrando que o setor mantém o ritmo de recuperação nesse início de ano. A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), revela, em termos nominais, que o faturamento teve alta de +3,82% no primeiro bimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018. Em relação ao mês de janeiro de 2019, houve recuo de -6,93%, movimento considerado normal nessa base de comparação para o início do ano.
“Ao entregar o texto da nova Previdência no Congresso, o Executivo deu um importante passo para o ajuste das contas fiscais. Essa sinalização positiva precisa se consolidar com a aprovação ainda no primeiro semestre. Dessa forma, teremos um ambiente de negócios mais seguro, propiciando a entrada de mais investimentos no país e, consequentemente, a geração de emprego e de renda para a população retomar o patamar de consumo pré-crise”, avalia Emerson Destro, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD).
Em termos reais, o faturamento do setor ficou estável, com leve recuo de -0,01% nos dois primeiros meses do ano em relação ao primeiro bimestre de 2018. Na comparação com o mês de fevereiro de 2018, a queda foi de -1,01%. Frente ao mês de janeiro de 2019, a retração foi de -7,33%.
INDÚSTRIA – Após abrir o ano com queda mais forte que a prevista, a produção da indústria avançou 0,7% em fevereiro, na série com ajuste sazonal, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço praticamente recupera a queda de 0,7% do setor em janeiro, perante o mês anterior (dado revisado de queda de 0,8%). Em dezembro de 2018, a produção da indústria havia aumentado 0,3% (dado revisado de 0,2% de alta). Quando comparada a fevereiro de 2018, a produção industrial subiu 2%. Por essa base de comparação, o setor havia recuado 2,6% em janeiro (dado revisado de baixa de 2,4%). O setor acumula agora queda de 0,2% no ano e expansão de apenas 0,5% em 12 meses.
CONFIANÇA 1 – A lua-de-mel pós-eleições ficou para trás e a confiança dos empresários voltou a um patamar anterior à greve dos caminhoneiros e ao processo eleitoral do ano passado. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou em março 94 pontos, menor nível desde outubro e 0,5 ponto abaixo de março do ano passado. Para Aloisio Campelo, superintendente de estatísticas públicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o comportamento da confiança é decorrência direta do alto nível de incerteza ainda presente na economia. Campelo destaca que a recuperação da confiança a partir de outubro, com o fim do processo eleitoral, foi muito baseada no avanço principalmente do Índice de Expectativas (IE), enquanto o Índice de Situação Atual (ISA) permanecia estagnado ou subindo lentamente.
CONFIANÇA 2 – O Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou o menor nível desde dezembro de 2018, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador diminuiu 1,8 ponto ante fevereiro, ficando em 97,2 pontos. Em março, a confiança caiu em 14 dos 19 segmentos industriais pesquisados. O Índice da Situação Atual (ISA) cedeu 1,7 ponto, para 97,1 pontos, após quatro avanços consecutivos. Já o Índice de Expectativas (IE) declinou 1,8 ponto, para 97,4 pontos. O indicador que mede o grau de satisfação com o nível atual de demanda regrediu 3 pontos, para 96,3 pontos, exercendo a maior influência negativa para o resultado do ISA em março.
EMPREGO – A taxa de desemprego do país ficou em 12,4% no trimestre móvel encerrado em fevereiro, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou acima daquela registrada no trimestre móvel anterior, encerrado em novembro de 2018, de 11,6%, mas abaixo da marca apurada em mesmo período de 2018, de 12,6%. O total de desempregados — pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, sem encontrar na semana de referência da pesquisa — estava em 13,098 milhões em fevereiro. Esse contingente era 7,3% maior do que no trimestre móvel anterior, ou 892 mil pessoas a mais. Frente a um ano antes, diminuiu em apenas 0,2%.
PAPELÃO – As expedições de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado, importante termômetro do nível de atividade econômica no país, exibiram trajetória de crescimento em fevereiro, na série com ajuste sazonal e por dias úteis, segundo boletim estatístico divulgado pela Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Contudo, em comentário que acompanha a prévia, o superintendente de Estatísticas Públicas do IBRE/FGV, Aloisio Campelo, observa que, na métrica de médias móveis trimestrais, a expedição segue recuando, “indicando que ainda não houve mudança de tendência no crescimento”.
ÍNDICE GS1 – O Índice GS1 Brasil de Atividade Industrial de março – obtido pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil – apresentou queda de 1,8% comparado ao mês anterior no dado dessazonalizado. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 7,8%. No entanto, o acumulado dos últimos 12 meses apresenta um avanço de 15,4% na intenção de lançamento de novos produtos. “O primeiro trimestre de 2019 apresentou crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior. A princípio, a desaceleração no ritmo de lançamentos de novos produtos no mês de março não indica uma reversão na tendência de crescimento; no entanto, isso só será confirmado ao obtermos os resultados dos próximos meses”, afirma Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil.