O faturamento do atacado distribuidor cresceu 1,87% no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018, quando houve retração de mais de 4% no setor. A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) com um grupo representativo de empresas, revela que o setor está mantendo o processo de recuperação iniciado no fim do último trimestre do ano passado. Em termos nominais, o faturamento teve alta de +5,71% em março na comparação com fevereiro de 2019. Em relação ao mesmo mês de 2018, houve recuo de -1,74%.
“Apesar de algumas bases de comparação ainda apresentarem pequena retração, influenciadas por efeitos sazonais, o setor tem mantido o ritmo de recuperação esperado, crescendo de maneira condizente com a atual realidade de consumo”, afirma o presidente da ABAD, Emerson Destro.
Em termos reais, o faturamento do setor apresentou queda de -2,12% nos três primeiros meses do ano em relação ao primeiro trimestre de 2018. Na comparação com o mês de fevereiro de 2018, a queda foi de -6,04%. Frente ao mês de fevereiro de 2019, houve crescimento de +4,92%.
“Estamos fazendo a nossa parte e procurando contribuir para a retomada econômica do país, mas é necessário que o governo faça a parte dele, criando um ambiente positivo necessário para que a Nova Previdência passe no Congresso e se restabeleça o equilíbrio fiscal. Dessa forma, abre-se espaço para a redução do nível de desemprego – que continua elevado – e, consequentemente, para o crescimento sustentável da economia. É o que esperamos do novo governo”, conclui Emerson.
Indicadores
VAREJO – O volume de vendas no varejo — que considera oito atividades, excluindo automóveis e materiais de construção — subiu 0,3% em março, perante o mês anterior, com ajuste sazonal, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de abaixo das expectativas, o setor completa uma sequência de três meses sem resultados negativos. O varejo havia crescido 0,5% em janeiro e ficado estável em fevereiro. Quando comparado a março de 2018, o varejo teve queda de 4,5%. No acumulado em 12 meses até março, o volume de vendas avançou 1,3%. Por sua vez, a receita nominal do varejo subiu 0,8% na passagem de fevereiro para março, pela série com ajuste sazonal. No confronto a março de 2018, a receita do setor teve alta de 0,2%.
JUROS – O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros em 6,5% ao ano pela nona reunião seguida nesta quarta-feira (8). A decisão veio em linha com a expectativa dos economistas de mercado. No comunicado, o Banco Central destaca que os indicadores recentes da atividade econômica sugerem que o arrefecimento observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019 e que o cenário contempla a retomada do processo de recuperação gradual da atividade econômica. Na reunião de março, a primeira comandada pelo novo presidente do BC, Roberto Campos Neto, a autoridade monetária informou que precisaria de um tempo para avaliar o comportamento da economia brasileira e avisou que esse processo não seria concluído no “curto prazo”.
INDÚSTRIA – A produção da indústria recuou 1,3% em março, perante o mês anterior, feitos os ajustes sazonais, mostrou a pesquisa divulgada pelo IBGE. O resultado de fevereiro foi revisado, de avanço de 0,7% para alta de 0,6% em relação ao primeiro mês do ano. Quando comparado a março de 2018, o setor mostrou baixa de 6,1% da produção, perdendo ritmo frente ao mês anterior (+2,1%). No primeiro trimestre deste ano, a indústria encolheu 0,7% em relação aos três meses antecedentes. Nos 12 meses encerrados em março, a produção industrial diminuiu 0,1%. Foi a primeira queda do indicador por essa base de comparação desde agosto de 2017.