Faturamento do setor atacadista distribuidor recua -1,96% em fevereiro

A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), mostra, em termos nominais, recuo de -1,96% no acumulado dos meses de janeiro e fevereiro em relação ao mesmo período de 2017. Em fevereiro, também houve queda na comparação com o mês de janeiro de 2018 (-2,73%) e com o mesmo mês de 2017 (-5,09%).

“Ainda não estamos vendo reflexos significativos da queda das taxas de juros e do aumento real dos salários a ponto de impulsionar o consumo. Embora esteja mais confiante, o consumidor mantém a postura cautelosa que vem adotando nos últimos anos. Temos convicção, apesar disso, de que ao longo do ano esse cenário deve mudar. A coerência das ações da equipe econômica até aqui respaldam nossas expectativas positivas”, afirma Emerson Destro, presidente da ABAD.

Emerson acredita ainda que a base fraca de comparação – já que 2017 foi um ano bastante desafiador – deve também ajudar a colocar o faturamento do setor em patamares positivos em breve. “O ano de 2018 certamente será muito melhor do que 2017. Mas será um crescimento gradual, mês a mês”, conclui Destro.

CONSUMO

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) caiu 0,6% entre fevereiro e março, informou nesta quarta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda no indicador geral foi puxada pela piora na percepção da renda pessoal e reflete uma maior preocupação do consumidor. Na comparação com o mesmo mês de 2017, o recuo foi de 0,1%. A expectativa de renda pessoal caiu 2,9% em comparação a fevereiro e está 3% menor do que em março de 2017. O segundo fator que puxou a queda no Inec foi a inflação, cuja expectativa caiu 2,7% na mesma comparação, mas está 1,5% maior que o nível apurado no mesmo mês do ano passado. Em terceiro lugar vem o indicador de desemprego, com queda de 2,6% frente a fevereiro e alta de 0,3% ante março de 2017. O indicador de endividamento caiu 0,4% ante fevereiro e 0,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O Inec é calculado a partir de seis componentes de expectativa: inflação, emprego, situação financeira, endividamento, renda pessoal e compra de produtos de alto valor. Entre esses fatores, apenas a expectativa para compra de produtos de alto valor e o de situação financeira subiram entre o segundo e o terceiro mês de 2018.

SUPERMERCADOS

O setor de supermercados apurou queda nas vendas em valores reais (deflacionadas pelo IPCA/IBGE) de 4,28% em relação a janeiro e alta de 0,22% na comparação com o mesmo mês de 2017, informou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O setor acumula alta nas vendas reais de 1,57% de janeiro a fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados apurados pelo departamento de economia e pesquisa da entidade. Em valores nominais, as vendas do setor supermercadista apresentaram queda de 3,98% em relação ao mês de janeiro e alta de 2,77% quando comparadas a fevereiro do ano passado. No acumulado do ano, as vendas nominais cresceram 4,98%. Em nota, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, informa que o ritmo de crescimento das vendas ficou “um pouco abaixo do esperado”, reflexo da deflação do IPCA Alimentos registrada em fevereiro (de 0,33%), após duas altas consecutivas. “O resultado do mês também foi impactado pelo efeito calendário (fevereiro com 28 dias). Continuamos com a perspectiva de uma retomada nos preços de alguns alimentos de forma gradativa durante 2018, acima do índice do IPCA”, afirmou, em nota.

INADIMPLÊNCIA

A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso no país cresceu para 25,2% em março, vindo de 24,9% em fevereiro, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É a primeira alta mensal do indicador neste ano e desde setembro do ano passado, quando havia passado de 25,9%, em agosto, para 26,5%. Em março de 2017, o índice estava nos mesmos 24,9% do mês passado. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso passou de 9,7% em fevereiro para 10% em março deste ano. São famílias que, portanto, permaneceriam inadimplentes. Em março de 2017, esse indicador estava em 10,4%. “O efeito sazonal do comprometimento de renda com gastos extras de início de ano influencia nesse resultado”, afirma Marianne Hanson, economista da CNC, ao comentar o resultado da pesquisa que ouviu cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais.

CONFIANÇA 1

A confiança das micro e pequenas empresas registrou o maior nível desde maio de 2015, mostrou pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O indicador que mede esse sentimento atingiu 55,3 pontos em março, acima dos 53,2 pontos de fevereiro. Pela sexta vez consecutiva, o resultado ficou acima dos 50 pontos e indica que o clima de otimismo prevalece entre os entrevistados, dizem as instituições. Conforme o levantamento, o Indicador de Condições Gerais subiu de 34,4 pontos em março de 2017 para 43,7 pontos mesmo mês deste ano, o maior desde o início da série histórica em maio de 2015. O índice abaixo do nível neutro de 50 pontos mostra que os empresários ainda não enxergam os últimos seis meses de forma favorável, embora o crescimento do índice aponte uma interrupção na trajetória de piora.

CONFIANÇA 2

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) de março, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, mostra que a recuperação econômica tem sido fundamental para a recuperação da confiança do empresário, embora as incertezas sobre o cenário limitem a retomada. A afirmação é de Aloisio Campelo, superintendente de estatísticas públicas do Ibre. Para ele, a conjunção entre avanço e um horizonte de incertezas cria “otimismo moderado”. O ICE avançou 0,3 ponto em março, para 95 pontos, o maior nível desde os 95,6 de abril de 2014. Com isso, o indicador médio do primeiro trimestre fechou 2,8 pontos acima do trimestre anterior e 11,5 pontos acima do mesmo trimestre em 2017.

INDÚSTRIA

A produção da indústria surpreendeu negativamente ao crescer 0,2% na passagem de janeiro para fevereiro, feitos os ajustes sazonais, abaixo da previsão média do mercado (0,6%). O resultado reforçou a percepção de moderação da atividade econômica no primeiro trimestre, mas existem “poréns”. Analistas ponderam que a queda de 5,2% da indústria extrativa puxou o resultado para baixo. Além disso, a abertura da indústria mostra um desempenho ligeiramente mais favorável, com 14 das 26 atividades com taxas positivas. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) acredita que o ritmo mais moderado da indústria e dos serviços neste início de ano poderá ser compensado por surpresas do agronegócio.

 

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