A produção da indústria brasileira avançou 8,9% em junho na comparação com o mês anterior, puxada principalmente pela alta na produção de automóveis. Livre da maior parte das restrições que ainda pesam sobre os serviços e o varejo com a pandemia da covid-19, o setor registrou seu segundo mês de crescimento, após a alta de 8,2% em maio.
O crescimento dos últimos dois meses, entretanto, ainda está longe de compensar as perdas registradas no início da pandemia, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, a indústria passou a acumular queda de 10,9% e, nos últimos 12 meses, retração de 5,6%. A pesquisa mensal do IBGE detectou crescimento acumulado para o setor de 17,9% nos meses de maio e junho. A perda verificada em março e abril ainda é maior, de 26,6%.
A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias foi a atividade que mais cresceu entre as 24 investigadas pelo IBGE, com avanço de 70% em relação ao trimestre anterior. Todas as quatro categorias e 25 das 26 atividades investigadas permanecem bem abaixo do patamar pré-pandemia. A exceção é a indústria alimentícia, que não sentiu os efeitos da crise, mas recuou 1,8% em junho.
Inflação – O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação da cesta de consumo de famílias brasileiras com renda até 2,5 salários mínimos, registrou inflação de 0,50%. A taxa ficou acima do 0,33% de junho. Segundo os dados, divulgados hoje (5) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-C1 acumula taxa de inflação de 3,08% em 12 meses. O IPC-C1 também ficou acima das taxas registradas pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a variação da cesta de consumo para todas as faixas de renda, e que teve inflações de 0,49% em julho e de 2,40% em 12 meses.
Confiança do empresário – O Índice de Confiança Empresarial da Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 7,1 pontos de junho para julho deste ano. Com a terceira alta consecutiva, o indicador chegou a 87,5 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, e recuperou 79% das perdas ocorridas no bimestre de março e abril, devido à pandemia de covid-19.“O avanço da confiança empresarial em julho mostra que a economia continua em trajetória ascendente no início do segundo trimestre após o baque do trimestre anterior. A boa notícia é a consolidação de tendência de melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual dos negócios, com indústria e comércio atingindo níveis de satisfação mais próximos à normalidade”, disse o pesquisador da FGV Aloisio Campelo Jr. Na análise dos setores, os quatro tiveram alta. O destaque ficou com a indústria (aumento de 12,2 pontos). O comércio teve a menor alta (1,7 ponto). Os demais setores tiveram os seguintes aumentos: serviços (7,3 pontos) e construção (6,6 pontos).
Fonte: Agência Brasil