Impulsionada por sinais de melhora no mercado de trabalho, a intenção de consumo das famílias atingiu em fevereiro o maior patamar em quase cinco anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador subiu 1,2% entre janeiro e fevereiro, para 99,3 pontos, o maior desde abril de 2015 (102,9 pontos), mostra a pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Somente o tópico emprego atual subiu 0,8% entre janeiro e fevereiro, para 119,9 pontos – maior patamar entre os sete temas usados para o cálculo do indicador
Catarina Carneiro Silva, economista da CNC, não descarta a possibilidade de a entidade continuar a revisar para cima a projeção, para 2020, de aumento nas vendas do comércio varejista ampliado (que inclui material de construção e automóveis). A alta prevista até o momento é de 5,3%, ante elevação de 3,9% observada no ano passado
Dos sete tópicos usados para cálculo do ICF, seis apresentaram aumento na passagem entre janeiro e fevereiro. Além de emprego atual, são os casos de perspectiva profissional (0,3%), renda atual (1,6%); acesso ao crédito (4,3%); nível de consumo atual (4,1%); e perspectiva de consumo (3,1%). Mas, de todos esses itens, o que mais impulsionou a melhora do indicador foi percepção de melhora no emprego, afirmou a economista. Na análise dela, a retomada sustentável no mercado de trabalho ao longo de 2020 é condição para que a intenção de consumo das famílias mantenha trajetória ascendente neste ano.
INDUSTRIA – As vendas da indústria brasileira de alimentos e bebidas cresceram 2,3% em 2019, melhor taxa desde 2013. O faturamento teve alta de quase 7%, chegando perto de R$ 700 bilhões. Entre os itens que mais se destacaram em vendas estão as carnes, grande parte por causa do crescimento na exportação para a China no final de 2019; os derivados de cereais, chá e café; e pratos semiprontos, congelados e desidratados.
CONFIANÇA 1 – Depois de três altas consecutivas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu 0,5 ponto percentual em relação a janeiro e ficou em 64,8 pontos em fevereiro. O indicador ainda está 10 pontos acima da média histórica e é 0,3 ponto maior do que o registrado em fevereiro de 2019, informa a pesquisa divulgada nesta quartafeira. Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão acima de 50 pontos mostram que os empresários estão confiantes.
CONFIANÇA 2 – A prévia da Sondagem da Indústria, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), sinaliza avanço de 0,7 ponto do Índice de Confiança da Indústria (ICI) em fevereiro, em relação ao número final de janeiro, para 101,6 pontos, o mesmo patamar de setembro de 2013. Neste mês, a alta da confiança decorre da melhora da percepção dos empresários em relação à situação atual. O Índice de Situação Atual teve alta de 1,7 ponto, para 101,4 pontos, conforme a prévia, o maior nível desde outubro de 2013 (101,6 pontos). O Índice de Expectativas, por sua vez, apresentou recuo de 0,3 ponto, para 101,7 pontos.
INDICADOR ANTECEDENTE – O Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil subiu 0,4% em janeiro, para 120,1 pontos, nível máximo da série histórica iniciada em 1996, informa o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que publica o indicador em parceria com The Conference Board (TCB). Cinco das oito séries componentes contribuíram positivamente para a evolução do índice no mês, com a maior contribuição dada pelo Índice de Expectativas da Indústria e do setor de Serviços.
PIB – O Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), sinaliza que a economia brasileira cresceu 1,2% no ano de 2019. Os destaques positivos pela ótica da demanda foram a formação bruta de capital fixo e o consumo das famílias, que cresceram 2,7% e 1,8%, respectivamente. ela ótica da oferta, os três grandes setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços) cresceram, embora alguns de seus componentes como as atividades extrativa, transformação e administração pública tenham apresentado retração no ano (-1,3%, -0,1% e -0,1% respectivamente).