A inflação oficial do país surpreendeu analistas e acelerou em relação à medição anterior pelo quarto mês seguido, movimento em grande parte explicado pelo reajuste nas tarifas de eletricidade residencial, mas que também trouxe outros sinais. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE, aumentou de 0,89% em novembro para 1,35% em dezembro, maior taxa mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e a mais elevada para meses de dezembro desde 2002 (2,10%).
Em 2020, o IPCA acumulou alta de 4,52%, acima dos 4,31% registrados em 2019 e da meta, de 4% para o ano passado. Maior “vilã” do ano, a inflação do grupo alimentação e bebidas deu um salto de 14,1% e respondeu por 60% da variação anual do indicador.
Considerando apenas os alimentos consumidos em casa, o avanço foi de 18,2%. Foi a taxa mais alta desde os 21,6% de 2002, segundo o IBGE, que salienta que 2020 foi atípico, com a pandemia e mudança de hábitos pelos consumidores. Em 2021, a inflação ao consumidor deve desacelerar, voltando a ficar abaixo da meta (3,75% para o ano corrente).
Confiança
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 2,2 pontos entre dezembro e janeiro, recuando para 60,9 pontos, conforme divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ainda assim, permanece acima da linha divisória de 50 pontos, sinalizando que os empresários do setor seguem confiantes. O indicador também permanece acima da média histórica de 53,7 pontos. Na comparação com janeiro de 2020, o ICEI caiu 4,4 pontos. Isso “se justifica pela ainda elevada incerteza com relação à evolução da pandemia e, consequentemente, da economia brasileira”, segundo a CNI.
Fonte: Valor Online