Nem cartão de crédito, nem cartão de débito. Apesar do avanço das tecnologias na área de meios de pagamento, a forma mais frequente de recebimento no comércio brasileiro ainda é com dinheiro. Pesquisa divulgada na quinta-feira, 19, pelo Banco Central mostra que 52% dos recebimentos no comércio ocorrem com o uso de cédulas e moedas. Cinco anos antes, em 2013, o porcentual estava em 57%.
Os dados do BC mostram que, no período, o recebimento de pagamentos por cartões de crédito no comércio caiu de 35% para 31%. Modalidade de pagamento que possui um custo maior para o comerciante, o cartão de crédito mostrou retração no período, enquanto o recebimento por cartão de débito saltou de 4% para 15%.
Entre as modalidades mais frequentes de recebimento no comércio, aparece ainda o uso de vale refeição/alimentação, que passou de zero em 2013 para 1% em 2018. O pagamento com cheque permaneceu com porcentual de 1% e o uso de outros meios foi de 3% para 2% – neste caso, entram formas diversas de pagamento, de vales a moedas virtuais, como o bitcoin.
CONFIANÇA 1 – A incerteza em relação à economia levou a confiança dos empresários brasileiros ao seu pior nível em quase um ano, segundo informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 4,3%, entre junho e julho – a 103,9 pontos. Além do recuo mais intenso desde agosto de 2017 (- 4,7%), o nível de confiança foi também o mais baixo desde aquele mês (103,1 pontos), informou Fabio Bentes, economista da entidade. Para ele, a tendência é que o indicador continue a cair nos próximos meses, porque, além de não existirem sinais de melhora expressiva na atividade econômica, a proximidade da corrida presidencial deve conferir maior incerteza ao cenário político.
CONFIANÇA 2 – O Índice de Confiança da Indústria, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou queda de 0,5 ponto na prévia de julho, na comparação com junho. Com o dado preliminar, o indicador chega a 99,6 pontos (em uma escala de zero a 200 pontos) e volta para um patamar abaixo dos 100 pontos. A queda da confiança na prévia de julho foi provocada pela piora das expectativas do setor. O Índice de Expectativas caiu 4,3 pontos na prévia de julho e atingiu 100,7 pontos. O Índice da Situação Atual, que mede a confiança no momento presente, no entanto, subiu 3,4 pontos e chegou 98,5 pontos. O resultado preliminar de julho sinaliza o segundo recuo consecutivo no Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria, de 0,3 ponto percentual, para 75,9%.
COMÉRCIO – O Indicador Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo o Brasil, avançou 3,1% no acumulado do 1º semestre de 2018, de acordo com os dados apurados pela Boa Vista SCPC. Na avaliação mensal dessazonalizada, a atividade cresceu 1,0% ante maio. No acumulado em 12 meses, o indicador avançou 4,5% (julho de 2017 até junho de 2018 frente ao mesmo período do ano anterior). Já na avaliação contra junho do ano anterior, houve alta de 3,1%. Os resultados de junho apontam o varejo voltando a crescer, após as turbulências associadas à greve dos caminhoneiros no final de maio. Também ocorreu evolução no semestre, mas em ritmo menor do que esperado, devido ao baixo desempenho da economia e mercado de trabalho fragilizado.
CONSUMO – Os efeitos negativos da greve dos caminhoneiros levaram a uma queda na intenção de gastos das famílias no mês de julho. O Índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), caiu 1,8%, para 85,1 pontos, na comparação com junho. Na prática, a paralisação da categoria, que ocorreu no fim de maio e provocou uma crise de desabastecimento em todo o país, atingiu em cheio a confiança do consumidor entre os meses de junho e de julho. Para a entidade, a recuperação do indicador está atrelada a uma retomada mais sustentável na economia – o que ainda não aconteceu.
CRESCIMENTO – O Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) para o Brasil caiu 0,1%, entre maio e junho, para 112,7 pontos, segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas, que publica o indicador em parceria com o The Conference Board (TCB). Das oito séries componentes, quatro contribuíram para a queda do indicador, com destaque para o Índice de Expectativas do Consumidor, que recuou 4,5%. Já o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mensura as condições econômicas atuais no país, aumentou 2,2%, no mesmo período. O dado positivo “permite uma avaliação no sentido de que os efeitos negativos das paralisações de maio não terem sido tão profundos quanto inicialmente captados pelos indicadores de expectativas”, diz Paulo Picchetti, da FGV, em comentário no relatório.