O setor supermercadista brasileiro registrou faturamento de R$ 355,7 bilhões em 2018, um crescimento nominal de 0,7% na comparação com 2017, segundo a Pesquisa Ranking ABRAS/SuperHiper, elaborada pelo Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados, em parceria com a Nielsen. Os números foram apresentados em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 18 de março, um dia antes do início da 53ª Convenção ABRAS e 31ª Super Rio Expofood, que acontece na cidade do Rio de Janeiro, de 19 a 21 de março de 2019.
O resultado registrado em 2018 pelo setor representa 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa destaca ainda que o setor encerrou o ano passado com 89,6 mil lojas e 1.853 milhão de funcionários diretos ante 1.822 milhão registrado em 2017, criando 30,7 mil novas vagas de emprego.
O faturamento das maiores empresas supermercadistas do Ranking ABRAS/SuperHiper chegou a R$ 175,6 bilhões em 2018 (19 maiores sem o Walmart, que não informou seus dados). No ano anterior, essas empresas tinham registrado R$ 159,3 bilhões.
“A retomada do consumo não aconteceu como gostaríamos em 2018. Começamos o ano bem, mas no final do segundo semestre fomos surpreendidos por uma paralisação nacional dos caminhoneiros, que prejudicou o abastecimento do setor supermercadista e de outros setores, e impactou fortemente nos resultados da economia do país. O ano também foi de eleição, e as incertezas políticas refletem na confiança do consumidor que já seguia mantendo padrões de consumo da época de crise, pesquisando mais antes de comprar, utilizando vários canais de compra, e priorizando mais itens de primeira necessidade. Aliada a esses fatores, a taxa de desemprego, que no ano passado continuou em patamares elevados”, ressalta o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto.
INDICADOR BRASIL (GS1) – Segue crescente o encerramento de portfólio de produtos em fevereiro. Em um ano, o saldo continua positivo e indústria tende a manter produtos no mercado. Os resultados apresentados para fevereiro de 2019 apontam aumento de 14,1% na comparação mês a mês do indicador Brasil. Para MPE o aumento foi de 13,5%, isto significa que comparado ao mês anterior, em fevereiro tiveram mais empresas encerrando seu portfólio de produtos. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, houve aumento de 5,3% para o número Brasil e 5,6% para MPE. No acumulado dos últimos 12 meses, houve redução de 4,5% no encerramento de portfólio de produtos.
VAREJO – De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o movimento dos consumidores nas lojas de todo o país cresceu 0,6% em fevereiro/19, já efetuados os devidos ajustes sazonais. Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 8,0%. Segundo economistas, a atividade varejista neste início de ano está sendo impulsionada pela expansão do crédito e pela maior confiança dos consumidores, atingindo positivamente os segmentos: material de construção (alta de 0,5%) e o de veículos, motos e peças (crescimento de 1,1%). Por outro lado, os demais segmentos apresentaram quedas: supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,6%); móveis, eletroeletrônicos e informática (-2,2%), combustíveis e lubrificantes (-0,2%); tecidos vestuário, calçados e acessórios (-1,1%).
IBC-BR – O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) registrou queda de 0,41% em janeiro de 2019, frente ao mês anterior. O recuo foi o mais expressivo desde maio de 2018, quando o indicador diminuiu 3,08%. O desempenho, medido pela série com ajuste sazonal, ocorreu após uma alta de 0,21% em dezembro de 2018. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já apontavam uma queda da atividade em janeiro. O setor de serviços recuou 0,3% frente a dezembro, enquanto a produção industrial encolheu 0,8%. Já as vendas no varejo restrito — que excluem veículos e material de construção — tiveram alta de 0,4%. Na comparação com janeiro de 2018, porém, o IBC-Br apresentou elevação de 0,79%. Nos 12 meses até janeiro, houve crescimento acumulado de 1%.
INADIMPLÊNCIA – A inadimplência de pessoas físicas aumentou 1,78% em fevereiro, na comparação com o mesmo período do ano passado, a menor alta desde dezembro de 2017, de acordo com indicador da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Esse crescimento tem desacelerado desde o pico de 6% alcançado em novembro do ano passado. Em relação a janeiro, a inadimplência caiu 0,08%, terceira queda consecutiva nessa comparação mensal. Segundo o SPC Brasil, existem 62 milhões de CPFs “negativados”, ou seja, com restrição para compras ou financiamentos, o equivalente a 40% da população brasileira acima de 18 anos.
VAREJO – As vendas no varejo brasileiro — que exclui o comércio de veículos e material de construção — cresceu 0,4% no primeiro mês de 2019, em relação a dezembro de 2018, com ajuste sazonal, conforme a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ocorre após o fraco desempenho apurado no mês final de 2018, de recuo de 2,1% frente ao mês anterior (dado revisado de queda de 2,2%). Em novembro, o varejo apresentou crescimento de 3,1%, no embalo das promoções da Black Friday. De acordo com o IBGE, as vendas do varejo subiram 1,9% em relação a janeiro de 2018. No acumulado de 12 meses até janeiro deste ano, o setor registrou alta de 2,2%. Por sua vez, a receita nominal do varejo avançou 0,8% na passagem de dezembro de 2018 para janeiro de 2019, pela série com ajuste sazonal. No confronto com janeiro do ano passado, a receita cresceu 4,8%.
INDÚSTRIA – A indústria brasileira iniciou o ano de 2019 exibindo a mesma perda de dinamismo do segundo semestre de 2018, disse André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ele, o desempenho seria resultado de uma continuidade do mercado de trabalho enfraquecido com a redução de exportações para a Argentina. De acordo com a pesquisa, o indicador de produção da indústria acumulado em 12 meses subiu apenas 0,5% em janeiro, “mantendo a perda de ritmo iniciada em julho de 2018 (3,4%)”. Das 26 atividades da indústria acompanhadas pelo instituto, apenas 13 mostram crescimento na passagem de dezembro de 2018 para o primeiro mês deste ano; das quatro grandes categorias econômicas, três recuaram. Macedo destacou que o nível elevado de desemprego no país ainda limita a demandas das famílias, provocando adiamento de decisões de consumo. O mesmo vale para decisões de investimentos por parte das empresas.