Economistas reagiram bem ao resultado do comércio brasileiro em setembro, considerando o salto do varejo restrito no terceiro trimestre e a solidez do segmento ampliado, reforçando as apostas de que os três últimos meses do ano serão de aceleração da atividade, puxada pelo consumo. As vendas no varejo restrito, que considera oito ramos do comércio, cresceram 0,7% em setembro em relação a agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a igual mês de 2018, as vendas foram 2,1% maiores. O setor acumula em 2019 alta de 1,3% e, em 12 meses, de 1,5%.
Já o varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançou 0,9% em setembro. Na comparação com setembro de 2018, a alta foi de 4,4%. O setor avança 3,6% no ano e 3,8% em 12 meses.
“O desempenho do varejo foi bastante disseminado em setembro, mostrando uma reação”, resumiu Isabella Nunes, gerente da pesquisa. O volume de vendas no varejo avançou em nove das dez atividades analisadas no conceito ampliado entre agosto e setembro. O ramo de hiper e supermercados cresceu 0,2%).
PIB – O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,44% em setembro, na comparação dessazonalizada com agosto, conforme divulgado pelo Banco Central. Em agosto, o resultado havia sido positivo em 0,22% (dado revisado de alta de 0,07%). Nos 12 meses encerrados em setembro, o crescimento é de 0,99% na série sem ajuste. Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com setembro de 2018, o índice teve alta de 2,11% na série sem ajuste. No ano, a variação é positiva em 0,8%.
INADIMPLÊNCIA – Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o volume de consumidores com contas em atraso cresceu 1,58% em outubro, na comparação com igual período do ano passado. A maior parte das dívidas (53%) em aberto no país está ligada a instituições financeiras — um avanço de 6,0 pontos percentuais em relação a 2016. Já o comércio responde por uma fatia de 17% do total de dívidas – em 2016, a participação desse setor era de 20%.
EMPREGO – Em preparação para o período de final de ano, os setores do comércio – varejista e atacadista – e de serviços em São Paulo geraram, no mês de setembro, 27.721 empregos formais. Foram 296.820 contratações ante 269.099 desligamentos. No total, os dois setores fecharam o nono mês do ano com estoque de 10.192.080 vínculos trabalhistas, o melhor resultado desde 2014 para os meses de janeiro a setembro. Os dados foram divulgados no dia 8 deste mês são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).