O volume de vendas do varejo apresentou ligeira alta em agosto, perante o mês anterior, de 0,1%, na série com ajuste sazonal da pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Com o resultado, o setor completa quatro meses sem perdas. As vendas tinham ficado estáveis em maio, crescido 0,5% em junho e avançado mais 0,5% em julho (dado revisado de alta de 1% anteriormente anunciada).
Quando comparado a agosto de 2018, o varejo apresentou expansão de 1,3%. O setor mostrou ainda crescimento de 1,2% no ano e de 1,4% pelo acumulado em 12 meses. O IBGE também divulgou que a receita nominal de vendas do varejo, que não desconta a inflação, teve queda de 0,2% em agosto, frente a julho, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo mês de 2018, a receita cresceu 3,9%.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, foi destaque em agosto. Representando quase a metade (48%) das vendas do varejo, esse ramo cresceu 0,6% ante julho, quando subiu 1,1%.
SUPERMERCADOS – De janeiro a agosto, o setor supermercadista registrou 3,39% de crescimento real – deflacionado, de acordo com o índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o maior resultado acumulado no período desde 2014. Em agosto, as vendas reais registraram alta de 4,25% na comparação com o mês de julho e crescimento de 7,10% em relação ao mesmo mês de 2018. Para o presidente da ABRAS, João Sanzovo Neto, o resultado acumulado mostra que a economia brasileira está começando a reagir.
NOVAS EMPRESAS – De acordo com o Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian, foram abertos 281.644 empreendimentos em julho/19, um novo recorde da série histórica iniciada em janeiro de 2010. O número superou o dado de janeiro/19 (263.416), o maior volume da série registrado até então – confira na tabela abaixo. No acumulado de janeiro a julho de 2019 foram 1,8 milhão de novas empresas – 21,3% a mais do que os mesmos sete meses do ano anterior. Quando comparado com junho/19, o crescimento foi de 19,3%.
INFLAÇÃO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro surpreendeu o mercado ao recuar 0,04%, o menor resultado para o mês em duas décadas – em 1998, havia caído 0,22%. Alimentos mais baratos e a dissipação dos efeitos da bandeira vermelha da conta de luz empurraram o índice para o terreno negativo, mas não foram as únicas boas notícias. Os preços de serviços desaceleraram, assim como as medidas de núcleos ficaram comportadas, refletindo a fraqueza da economia. Em 12 meses, o indicador passou de 3,43% em agosto para 2,89% em setembro, nível bem inferior à meta perseguida pelo Banco Central (BC) neste ano, de 4,25%.
CONFIANÇA – O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), subiu 0,1% entre setembro e outubro, para 121,4 pontos, com aumento de 12,7% na comparação com outubro do ano passado. De acordo com a entidade, é o maior patamar de confiança do empresariado desde maio de 2019 (122,4 pontos). Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, os resultados evidenciam que as condições atuais estão melhores em comparação com o ano passado.