Vendas no varejo crescem 1,5% em junho, segundo IBGE

O volume de vendas no varejo restrito – que exclui veículos e materiais de construção – cresceu 1,5% em junho na comparação com junho de 2017. Em relação a maio, houve queda de 0,3% feitos os ajustes sazonais, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda em relação ao mês anterior ocorre após o recuo de 1,2% do setor em maio em relação a abril, resultado revisado de um recuo de 0,6%. Com isso, a greve dos caminhoneiros pode ter tido um impacto maior no varejo do que o esperado anteriormente. O setor acumula alta de 2,9% no primeiro semestre e de 3,6% em 12 meses. O varejo teve um desempenho pior que a indústria, que depois de cair 11% em maio por causa da paralisação dos caminhoneiros, subiu 13,1% em junho, superando por 0,7% o nível visto em abril.

A queda registrada em supermercados e combustíveis, que juntos são quase 60% das vendas do varejo restrito, puxaram o resultado do comércio para baixo em junho. Nos supermercados, o tombo foi de 3,5% em relação a maio. Isabella Nunes, gerente da coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, afirmou que, em maio, a greve dos caminhoneiros provocou uma queda mais generalizada no varejo, mas em junho o recuo se concentrou em supermercados e também nos combustíveis.

VAREJO 2 – O movimento dos consumidores nas lojas do país cresceu 7,8% em julho, perante mesmo período de 2017, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Trata-se do melhor resultado da atividade varejista para o mês nos últimos seis anos. Segundo os economistas da Serasa Experian, os setores ligados aos bens de consumo duráveis, impulsionados por taxas de juros mais baixas e pela expansão, ainda que modesta, do crédito ao consumidor, exibiram desempenho melhor do que os setores mais ligados à massa de rendimentos, e lideraram a expansão da atividade varejista. O segmento de veículos, motos e peças foi o que mais cresceu em comparação com o mesmo período de 2017: 15%. Na sequência, o segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática, com 13,9%, e o segmento de combustíveis e lubrificantes, com 5,8%. Já no campo negativo, figuram com destaque o ramo de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (queda de 6,2%), além de recuo de 4,3% no segmento de materiais de construção, de baixa de 1,4% em tecidos, vestuário, calçados e acessórios, sempre quando comparados com o mesmo mês de 2017.

INFLAÇÃO – Passado o choque causado pela greve dos caminhoneiros, a inflação desacelerou de 1,26% em junho para 0,33% em julho. A desaceleração da inflação no mês passado foi puxada por alimentos e combustíveis, duas das categorias mais afetadas pelo desabastecimento provocado pelo protesto dos caminhoneiros. O grupo de alimentos e bebidas registrou deflação de 0,12% em julho, após apresentar a maior alta dos últimos 29 meses em junho (2,03%). A gasolina (-1,01%) e o etanol (-5,48%), também tiveram quedas de preços no mês, após subirem 5% e 4,22% em junho.

EMPREGO – O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 0,8 ponto em julho, para 94,7 pontos, menor nível desde dezembro de 2016, quando marcou 90 pontos, informou a FGV. Trata-se também do quinto recuo consecutivo do indicador, o que não ocorria desde 2014, quando houve sete quedas seguidas, entre os meses de março e setembro. O resultado mostra que a geração de emprego ao longo dos próximos meses deverá ser mais modesta, devido ao crescimento econômico mais moderado do que o previamente esperado, diz o relatório da FGV. A queda do IAEmp ocorreu em quatro dos sete indicadores que o compõem, com destaque para o de emprego previsto para os próximos três meses na indústria de transformação que recuou 11 pontos em relação ao mês anterior.

INADIMPLÊNCIA 1 – O volume de consumidores com restrição no CPF cresceu 4,31% na comparação entre julho e o mesmo período do ano anterior, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Ao todo, o país fechou o mês passado com 63,4 milhões de pessoas com algum tipo de restrição no acesso ao crédito. Esse número representa 41% da população adulta. Quanto ao volume de dívidas em nome de pessoas físicas, a inadimplência avançou 1,47% na comparação anual, ou seja, de julho de 2017 a julho de 2018. Já na comparação mensal, isto é, entre junho e julho deste ano, houve uma queda de 0,82%. Os dados por setor revelam que o crescimento mais expressivo de dívidas ocorreu nas contas de serviços básicos, como água e luz, cuja alta registrada é de 7,66% na comparação anual. Em seguida aparece o número de dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e seguros, que subiu 6,90%.

INADIMPLÊNCIA 2 – A inadimplência do consumidor cresceu 1,0% frente a junho, considerando o ajuste sazonal, informou a Boa Vista SCPC nesta sexta-feira (10) com base em seus dados nacionais. Quando comparado o resultado contra o mesmo mês em 2017, no entanto, o indicador mostra queda de 1,1%. Naquela ocasião, o número de consumidores com algum tipo de dívida não paga havia crescido 6,4% em relação ao mês anterior, considerando o ajuste sazonal. O indicador de registro de inadimplência da Boa Vista SCPC é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informados à instituição pelas empresas credoras.

EXPECTATIVA – O Indicador de Clima Econômico (ICE) brasileiro, calculado pelo instituto alemão Ifo e pela Fundação Getulio Vargas (FGV), passou para -45,9 pontos em julho, vindo de -11,4 pontos em abril. O indicador varia de -100 a +100, com zero sendo o ponto de inflexão. Considerando o Indicador de Expectativas (IE), um dos componentes do ICE, o Brasil segue com perspectivas positivas, contudo menos favoráveis, ao recuar de 47,8 pontos para 12,0 pontos. Já o Indicador da Situação Atual (ISA), o outro componente do ICE, também aponta para um menor grau de satisfação dos agentes econômicos: -88,0 pontos, contra -56,5 em abril, significando que um percentual elevado e ainda maior dos especialistas considera a situação desfavorável. “A proximidade de uma eleição presidencial ainda indefinida e a revisão para baixo nas projeções do crescimento do PIB influenciam a piora nas expectativas”, diz o documento.

ENDIVIDAMENTO – Após cair por três meses consecutivos, a proporção de famílias endividadas na cidade de São Paulo aumentou para 51,2% em julho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No mesmo período do ano passado, a fatia era de 50,6%. Em números absolutos, são praticamente dois milhões de famílias com algum tipo de dívida. Entre abril e junho, a proporção de famílias inadimplentes caiu 5,2 pontos percentuais, de 54,6% para 49,4%. A taxa de inadimplência das famílias foi de 19,6% no mês passado, a mais elevada do ano. Em junho era de 19,2% e, em julho de 2017, de 18,1%.

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