As perdas do comércio varejista decorrentes da queda na circulação de cargas pelas rodovias devido à greve de caminhoneiros chegam a R$ 3,1 bilhões até 28 de maio, estima a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Desse montante, R$ 1,42 bilhão corresponde à perda nas vendas de combustíveis e lubrificantes e outros R$ 1,73 bilhão à restrição na oferta de produtos hortifrutigranjeiros no ramo de hiper, supermercados e minimercados.
A entidade realizou o levantamento em seis unidades da federação — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Distrito Federal — que correspondem a mais da metade (56%) da receita dos segmentos de combustíveis e lubrificantes e de hiper e supermercados, em nível nacional. Juntos, os dois setores respondem por 47% do volume anual de vendas do varejo brasileiro.
Por estados, as perdas dos segmentos foram de R$ 1,6 bilhão em São Paulo, R$ 418,4 milhões em Minas Gerais, R$ 374,1 milhões no Rio de Janeiro, R$ 328,3 milhões no Paraná, R$ 355,4 milhões na Bahia e R$ 92,5 milhões no Distrito Federal, informa a CNC. Diante das baixas contabilizadas, a entidade revisou sua expectativa para o volume de vendas do varejo em 2018, de 5,4% para 4,7%.
Ruptura
O índice de ruptura nos supermercados brasileiros, que mede a falta de produtos nos pontos de venda, aumentou 21,3% entre os dias 22 e 26 de maio, segundo dados da Neogrid, obtidos com base na movimentação de 25 mil lojas do setor em todo o país. A média mensal até o dia 21 era de 7,1%. No dia 26, a ruptura alcançou 8,6%.
Para o vice-presidente de operações da Neogrid, Robson Munhoz, “os varejistas estão tentando se adequar ao caos logístico que se instaurou no país devido à paralisação, mas por falta de combustível ou de caminhões, os produtos não chegam nos varejos e acabam faltando nas prateleiras.”
ABRAS
Os estoques de produtos não-perecíveis nos supermercados – menos afetados inicialmente com a greve dos caminhoneiros – já está pela metade, segundo informações da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). As manifestações da categoria completam na terça-feira (29) nove dias. Mesmo após o fim da paralisação dos caminhoneiros, serão necessários de 5 a 10 dias para que o abastecimento dos supermercados volte a se normalizar.
Fonte: Valor Online e Portal da Revista Distribuição