Grande novidade de 2020, o PIX, sistema de pagamentos instantâneos capitaneado pelo Banco Central, somou aproximadamente 1,5 milhão de operações na segunda-feira (16), seu primeiro dia de funcionamento, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em entrevista à GloboNews. O tíquete médio foi de R$ 640. Para o presidente do BC, a aceleração tecnológica veio para ficar, e o Pix foi primeira grande reação.
Campos informou em evento da Febraban que o índice de operações rejeitadas pelo Pix – ou seja, aquelas que não foram concretizadas por algum motivo – ficou em 7%. O patamar foi considerado por ele “baixo”, já que o índice de rejeição para TED, um sistema há muito estabelecido, é de 5%, por exemplo. “O primeiro dia do Pix foi melhor do que o esperado”, afirmou.
Campos esclareceu que nenhuma das rejeições foi causada por instabilidade no sistema de liquidação do BC, mas sim por desencontros técnicos ou de informação no processo de transferência. Esses desencontros, segundo ele, devem cair com o passar do tempo.
Nesta quarta-feira (18), o presidente do BC observou que o número de adesão ao Pix foi a grande surpresa. “A gente não vê esse volume de adesão em nenhuma outra plataforma”, conta. Na terça-feira(17), foram quase 2 milhões de operações.
Campos afirmou que nem mesmo o BC sabe quais serão todas as funcionalidades do Pix no futuro e tem um cronograma em que serão pensadas outras delas. “A grande corrida do ouro hoje é verticalização entre texto, pagamento e conteúdo”, disse, complementando que isso é importante porque será possível fazer propaganda, vender, pagar e avaliar o que o cliente achou do produto.
SOBRE O PIX
Nos últimos anos, o Banco Central do Brasil tem implementado novas regulações visando ampliar a eficiência do sistema financeiro nacional, em especial medidas relacionadas às transações e pagamentos digitais. Em 2013, foi aprovada a Lei 12.865, considerada o marco regulatório das fintechs no Brasil. Entretanto, faltava algo fundamental para ampliar a eficiência dos serviços financeiros: a interoperabilidade entre diferentes plataformas. O PIX representa justamente a interoperabilidade do sistema, integrando em uma mesma plataforma as instituições de pagamento, bancos e outros agentes financeiros.
Na prática, o Pix permitirá a redução de custos de transação e vai transformar toda conta – seja ela corrente, poupança, de pagamento ou uma carteira digital – em um grande sistema de pagamentos que concorrerá com cartões e maquininhas.
Com o aplicativo financeiro que o usuário já tem, será possível mandar dinheiro para outra pessoa ou empresa de maneira instantânea e independente de qual seja a instituição de recebimento. As transações poderão ser feitas 24 horas, sete dias por semana e acontecerão de maneira gratuita para pessoas físicas e microempreendedores individuais.
O Banco Central também planeja possibilitar os saques no varejo e trazer outras funcionalidades, como o Pix garantido (que imita o parcelado sem juros), o recolhimento do FGTS por parte das empresas, os pagamentos offline e por aproximação, o Pix cross border (comércio transfronteiriço) e o Pix como débito direto.
CRONOGRAMA DE FUNCIONALIDADES
Dia 16 de novembro
Pagamentos de compras, transferências, pagamentos entre empresas e pagamentos de GRUs (guias de recolhimento da União)
Primeiro semestre de 2021
Saques no varejo e recolhimento do FGTS
Final de 2021
Pix Garantido (que simula o parcelado sem juros), pagamento por aproximação
Primeiro semestre de 2022
Pagamentos offline
Final de 2022
Pix como débito direto
Médio e longo prazo (de 5 a 10 anos)
Pix cross border (comércio transfronteiriço)
Sem data prevista ou ainda em discussão
Pagamentos de impostos e pagamentos de contas de água, luz e telefone
Fontes: Valor online e Folha online