Finalizado e compilado em uma edição especial da Revista Distribuição, o Ranking ABAD/NielsenIQ 2023, que traz dados referentes ao ano de 2022, foi apresentado em coletiva de imprensa virtual que conectou mais de 500 pessoas no dia 10 de maio. Com crescimento de 12,22% (deflacionado) e atingindo faturamento de R$ 364,3 bilhões, o setor atacado distribuidor conquistou desempenho positivo em todos os modelos de operação no período.
O responsável pela apresentação dos principais resultados do principal serviço oferecido pela ABAD ao associado foi Felipe Rutkosky, gerente de desenvolvimento de negócios da NielsenIQ. O presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, e Eduardo Terra, economista e consultor da BTR, também participaram trazendo, ao encontro, comentários sobre os números e expectativas para o futuro.
“Colhemos os resultados de um processo continuado de modernização. Nossas empresas vêm se aperfeiçoando, nos últimos anos, no sentido de ganhar competitividade e eficiência operacional e logística. O setor está amadurecido, utilizando os melhores recursos de digitalização e automação em sua gestão, para se consolidar como grande parceiro da indústria e oferecer uma proposta de mix rica e moderna, com categorias e tendências que refletem o momento do consumo da conveniência e do pequeno e médio varejo”, comenta Severini.
Na visão de Terra, os últimos anos, para o setor, foram embasados em três importantes fatores: adaptação, acolhimento e digitalização. “Aprendemos muito com desafios que exigiram velocidade de adaptação e readequação de demandas por categoria enquanto permanecíamos abertos, cuidando e acolhendo as pessoas durante toda a pandemia. Além disso, passamos por um boom de digitalização que antecipou anos em meses”, explica.
Ainda pensando na modernização anotada recentemente, o especialista alerta que, por mais que os investimentos em tecnologia tenham reduzido após um período de intensidade durante a crise de covid-19, em breve teremos um novo ciclo de mudanças. “O processo de implementação de e-commerce e marketplaces virou prioridade nos anos de pandemia e, desde o segundo semestre de 2022, vive uma certa desaceleração. Porém, temos a inteligência artificial e o 5G chegando para uma nova onda de investimentos no médio e longo prazo”, declara. Segundo o especialista, essa nova onda deve ser iniciada ainda no segundo semestre deste ano, motivo pelo qual os empresários devem se manter atentos para os processos de incorporação tecnológica.
Presidentes de diferentes filiadas estaduais da ABAD participaram do evento em sala virtual, com o objetivo de atender a demanda dos jornalistas nos estados. O presidente da ADAC, Alexandro Segala, falou sobre as expectativas dos empresários de Santa Catarina.
Expectativas para 2023
Para 2023, as expectativas são prioritariamente positivas. “Temos um cenário muito otimista, com boa parte dos atacadistas esperando manter ou aumentar a quantidade de fornecedores”, diz Rutkosky. Terra concorda, mas pondera afirmando que será um ano de bastante racionalidade. “Quando olhamos para os marcadores da economia, vemos certa resiliência no emprego, sem previsão de grande destituição de vagas. Do ponto de vista da renda, há uma complexidade tanto pela taxa de juros, que corrói a renda do consumidor, quanto pela inflação, que destrói o poder de compra. Porém, a boa notícia é que a inflação parece ter arrefecido, o que é um elemento primordial para a estabilidade”, complementa.
A segurança jurídica deve ser, na visão de Severini, um ponto de atenção. “Temos visto um panorama de segurança jurídica afetado. A Lei Complementar nº 186/2021 tem sido impactada por questões fiscais. Temos, então, de amadurecer essa discussão que garante um benefício para quem está empregando e investindo no país. Essa é, inclusive, uma das pautas que a ABAD está tratando”, pontua.
Principais insights
O estudo, que contou com a participação de 650 empresas, amostra que corresponde a 53,8% do faturamento total do segmento, mostra que o setor atacadista e distribuidor atingiu, em 2022, faturamento de R$ 364,3 bilhões, o que representa crescimento nominal de 18,1% e real de 12,2%.
O desempenho foi positivo em todos os modelos de operação, sendo que três se destacam:
- Atacado de autosserviço – Crescimento de 23,6% e faturamento de R$ 84,5 bilhões
- Distribuidor com entrega – Crescimento de 18,3% e faturamento de R$ 70 bilhões
- Atacado generalista com entrega – Crescimento de 16,7% e faturamento de R$ 68,7 bilhões
As compras de abastecimento (acima de R$ 200 e mais de 20 itens) e as de reposição (de R$ 50,01 a R$ 200 e entre 5 e 20 itens) cresceram no período, em detrimento das compras de emergência (até R$ 50 e até 5 itens). Isso revela um consumidor mais contido e com maior planejamento.
Um dado importante do estudo é que o setor mantém participação de 52% no mercado mercearil nacional. O ano de 2022, inclusive, foi o 18º ano consecutivo em que essa participação se manteve acima de 50%.
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