As inovações para um mundo mais sustentável são multissetoriais. Surgem e se consolidam em todas as atividades como forma de reduzir o impacto da existência humana no meio ambiente. Dentro da economia circular, um conceito que vem ganhando força principalmente na indústria é o Life Cycle Thinking, que pode ser traduzido para o português como um movimento que pensa e planeja o ciclo de vida dos produtos.
Atuar nesse contexto diz respeito a analisar os efeitos ambientais, sociais e econômicos gerados ao longo de toda a cadeia produtiva. Inclusive, o estudo Brasil Pack Trends 2020, divulgado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA), traz um exemplo de representação esquemática do Life Cycle Thinking. Na ocasião, traça o ciclo de vida do produto e agrega, em todas as etapas, algumas preocupações como:
É possível reduzir a quantidade de matéria-prima utilizada?
É possível usar material reciclado na manufatura do produto?
É possível substituir por uma fonte renovável?
É possível reduzir o consumo de água ao longo do processo?
A logística de transporte está otimizada?
Há maneiras para tornar todo o processo mais eficiente?
Há gasto de energia durante o consumo?
Como a embalagem do produto é descartada? Ela retorna ao ciclo produtivo?
Para a checagem otimizada de todas essas etapas há a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), técnica que mensura os impactos e conta com uma série de normas ISO que determinam princípios, requisitos e diretrizes.
No setor de embalagens, essas preocupações possibilitam produções que utilizam menos recursos naturais como água, petróleo, carvão e minérios e geram menos emissões sem comprometer nem a integridade nem a vida útil dos produtos. É uma estratégia já em curso dentro da indústria que vem investindo em uma manufatura mais eficiente do ponto de vista ambiental. O setor saiu do puro design thinking com foco em vendas, para estratégias que buscam sustentabilidade sem desviar de metas comerciais.
Paralelamente, a indústria também atua na logística reversa dessas embalagens principalmente com o apoio direto à projetos desse setor como, por exemplo, os mantidos pela Coalizão Embalagens. Nessa vertente, assume a sua parte na responsabilidade compartilhada, que também depende das ações de outros atores da cadeia como o poder público, que deve investir na ampliação da coleta seletiva e os consumidores, que devem fazer a separação e a destinação adequadas dos seus resíduos, além das ações mantidas por importadores, distribuidores e comerciantes.
Formada em 2012, é o grupo de 14 organizações representativas do setor empresarial de embalagens da qual a ABAD é integrante e que, em 2015, assinou o acordo setorial federal para implantação do Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral de Produtos não Perigosos. Esse acordo é um compromisso para implementar a logística reversa no Brasil e atende à Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. Para saber mais, ACESSE
*Com informações da assessoria de comunicação da Coalizão Embalagens