Em tempos de valorização de ações sociais, humanitárias e de boas práticas sustentáveis, a 41ª Convenção Anual da ABAD – ABAD 2022 ATIBAIA abordou o tema “Agenda ESG: revolução nos negócios e na sociedade”. O painel apresentou iniciativas das empresas Boomera, de capital nacional e focada em economia circular; da P&G e ainda destacou um estudo inédito, realizado com cerca de 2 mil colaboradores do canal indireto, que avaliam as ações das companhias no trato com o capital humano, social, ambiental e financeiro do atacado distribuidor.
Luiz Marcatti, do Mesa Corporate Governance e mediador do painel, explicou que a demanda por ESG veio “para ficar e gerar valor”. “Surgiu, em 2019, a partir da carta de um grande empresário, Larry Fink, para os CEO’s das operações do fundo Blackrock, com diretrizes apontando onde e como devem direcionar os investimentos com busca de resultados alinhados a uma estratégia de longo prazo e avaliando os impactos que a empresa causa ao meio ambiente e na sociedade. Não se trata apenas de ganhar dinheiro, mas sim de que forma isso é feito e mostrar resultado do que é construído ao seu redor.”
Luiz Turmina, vice-presidente da ABAD, comentou o levantamento realizado em parceria com a Economics of Mutuality Solutions – EoM, com patrocínio da indústria de bens de consumo MARS, e apresentado, em vídeo legendado, no início do painel. A pesquisa traz o olhar dos dos colaboradores do setor para as ações das empresas. “O estudo mostra que 78% dos respondentes não eram gerentes, o que se traduz em um retrato de empresas do nosso setor e que aponta bons insights e boas oportunidades”, observa.
Turmina ressaltou que a pesquisa aponta a percepção dos funcionários e, nem sempre, ressalta a realidade do setor, especialmente considerando que somente 30% enxergam ações sustentáveis adotadas pela companhia. “De nada adianta a companhia ser sustentável se não divulga e engaja os colaboradores nas iniciativas.” LEIA a reportagem nesta edição cm mais detalhes do estudo.
Guilherme Brammer, CEO da Boomera, abriu a apresentação criticando desperdícios observados na economia linear, baseado em ciclo de vida curto de produtos e de pouco uso. “Precisamos repensar a forma do fazer, de inventar novas práticas. Se o mercado financeiro começa a pensar onde vai investir o dinheiro já leva as empresas a repensar a forma de fazer negócios”.
A empresa investe na economia circular, com a transformação de resíduos em novos produtos. O conceito é desenhar produtos e sistemas de modelos de negócios que se autoalimenta. E que somente extrai recursos não-renováveis da natureza quando é necessário. A Boomera tem parceria com empresas, oferecendo soluções de reciclagem, logística, engajamentos, palestras etc. Hoje tem mais de 400 clientes trabalhando no desenvolvimento de projetos e produtos. Entre os quais está o projeto com a ABAD, de ponto de entrega voluntário no varejo. O material coletado é enviado e gera renda para cooperativa de catadores.
Luana Borges, da P&G, explicou o trabalho desenvolvido pela empresa com foco em três pontos: impacto na comunidade, igualdade e inclusão e sustentabilidade ambiental. Ela propôs uma ação que envolve funcionários, marcas, parceiros e comunidade. Entre as ações destacadas está a de Always, exemplo emblemático, que trabalha com propósito do fim da pobreza menstrual. “Tem meninas que não vão a aula porque não tem absorvente”. Em parceria com os clientes, a indústria já fez a doação de 1,8 milhões de absorventes.
Flavio Vinte também falou do Crie o Impossível, um programa criado por ele, de cunho social, de estimulo a educação e capacitação para jovens de escola pública. Aproveitou o momento para ressaltar a importância de considerar que açõed voltada para o ESG geram valor e podem reverter em bom resultado financeiro e de marketing.
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