Comitê ESG da ABAD define principais estratégias para 2024

O Comitê ESG da ABAD realizou, dia 26 de outubro, em São Paulo, uma nova reunião para debater as estratégias e ações ambientais, sociais e de governança que ditarão os projetos da cadeia de abastecimento ao longo de 2024. No evento, que contou com a participação do presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini, estiveram presentes representantes do setor atacadista e distribuidor e da indústria, além de parceiros da ABAD para o movimento ESG.

Instalado neste ano de 2023, o comitê tem, como principal objetivo, envolver todos os players do setor em um escopo que atenda às necessidades do mercado. “O que promovemos é uma pré-disposição para que nos acostumemos a falar sobre esses assuntos. Estamos criando métricas e objetivos, além de facilitar o entendimento do empresário para que ele possa implementar as ações diretamente em sua empresa”, comenta Severini.

Comandada por Alessandro Dessimoni, coordenador do comitê e responsável pela área de governança, a reunião definiu os principais temas que serão abordados nos próximos meses.

Na área ambiental, apresentada por Gustavo Fonseca, fundador da Baga Aprendimentos e responsável pelo pilar ambiental do comitê, dois assuntos estão entre os prioritários. O primeiro deles diz respeito à implantação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) no pequeno varejo como forma de otimizar a cadeia na totalidade. O objetivo é garantir que a maior quantidade de embalagens e itens recicláveis retornem à indústria para reciclagem e reinserção na linha produtiva.

Um dos desafios apresentados na reunião diz respeito à baixa descentralização dos pontos de coleta hoje disponíveis. Márcio Amauri, da Ypê, questionou: “A grande massa de consumo está onde não está a coleta. Temos ecopontos em parques e em lojas premium, mas e na periferia?”.

Com o envolvimento do pequeno varejo na coleta seletiva através dos PEVs será possível otimizar a distribuição desses pontos para que uma parte mais relevante da população tenha acesso a eles. Como exemplo, Fonseca mencionou um setor da saúde. “Podemos nos espelhar no modelo adotado pelas redes de farmácia, que têm um sistema similar e enfrentam desafios parecidos”.

O outro foco estará na descarbonização. Considerando que a cadeia de abastecimento tem, como modal prioritário, a linha rodoviária que corta o Brasil, o comitê planeja desenvolver protocolos e ferramenta que possibilitem a otimização das rotas e consequente redução da emissão de gases do efeito estufa decorrentes do transporte.

“A ABAD tem um papel tanto educacional quanto de contribuir para que os distribuidores possam auxiliar os varejistas a implementar esses PEVs”, comenta Dessimoni.

Partindo para a vertente social, o comitê optou por trabalhar assuntos voltados à diversidade, equidade e inclusão. Na área da inclusão, está sendo desenhada uma parceria com o projeto Cricket Brasil, voltado à promoção do esporte – segundo mais popular do mundo – junto aos jovens brasileiros. Em novembro, no Encontro de Valor, as diretrizes do projeto serão apresentadas.

Na sequência, Jorge Luiz Feliciano, diretor de Recursos Humanos do Grupo Martins e coordenador social do comitê, trouxe uma apresentação sobre a importância da diversidade e da equidade dentro da cadeia de abastecimento. “Não é uma agenda que tratamos sob a ótica do ativismo. Hoje, o que as empresas mais precisam é de formas diferentes de pensar”, declarou Feliciano.

Segundo Livia Favero, da Pepsico, empresas diversas e inclusivas são 56% mais lucrativas. “Precisamos desmistificar de que fazemos isso pois somos bonzinhos. Fazemos, pois construir um time diverso é lucrativo. Precisamos de um horizonte claro de onde queremos chegar”, disse enfatizando a importância de traçar metas.

Por fim, na vertical de governança, o comitê terá, como foco, vincular as melhores práticas com a formação dos jovens sucessores do setor atacadista e distribuidor. O objetivo é preparar esses profissionais para que, com base na ética, transparência e compliance, eles possam assumir as empresas que até então foram fundadas e geridas pelos seus familiares. Para isso, o comitê terá um trabalho em conjunto com o Grupo ABAD Jovens e Sucessores (GAJS).

“Mais importante do que saber as regras é saber os princípios desde cedo. Entender que com transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa já teremos a estrutura básica de governança”, pontua Dessimoni.

O Comitê ESG está trabalhando na construção de três cartilhas, uma ambiental, uma social e uma de governança, para compartilhar as definições e facilitar o entendimento de todos os players do setor acerca das estratégias que serão adotadas. Mais informações sobre os projetos serão compartilhadas durante o Encontro de Valor, evento marcado para 27 de novembro no Clube Monte Líbano, em São Paulo.

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