Antes do início oficial da 42ª Convenção Anual do Canal Indireto – ABAD 2023 ATIBAIA, a ABAD apresentou, em uma coletiva de imprensa reunindo jornalistas de todo o país, o desempenho positivo do setor atacadista distribuidor nos cinco primeiros meses do ano. Com crescimento de 18,7% no período, resultado robusto reflete o fim do isolamento social que ainda afetava o país no início de 2022.
Moderada por Claudia Rivoiro, editora-chefe da Revista Distribuição, a apresentação foi conduzida por Leonardo Miguel Severini, presidente da ABAD, e por Daniel Asp, gerente de atendimento de Varejo da Nielsen. Foram apresentados os dados do Termômetro ABAD NielsenIQ, que consolida respostas de cerca de 50 associados à ABAD para computar, por meio de metodologia amostral, o desempenho setorial. Além dos jornalistas que participaram presencialmente, outros profissionais da imprensa acompanharam a transmissão ao vivo.
“Tivemos dois dígitos de crescimento em faturamento (18,7%) mostrando uma resiliência importante dos produtos de consumo. O crescimento mais baixo em volume (3,1%) representa que parte desse faturamento está atrelado ao repasse de preços influenciado por questões fora do controle das empresas”, explica Asp. Segundo ele, entre esses fatores de impacto estão questões climáticas e a guerra da Ucrânia.
O cenário macroeconômico também tem relação direta com o desempenho setorial. Asp comenta que o consumo depende de emprego e renda e que, até o momento, o país ainda não observou um crescimento vigoroso nesses indicadores. Em paralelo, Severini complementa dizendo que a taxa de juros elevada leva as famílias a um padrão de consumo mais imediato. “Elas deixam de investir no médio e longo prazo”, diz.
Além disso, importantes sazonalidades são fatores de impacto no desempenho setorial. É o caso do mês de abril, por exemplo. “Abril tem menos dias úteis em decorrência de feriados como Páscoa e Dia de Tiradentes. Menos dias úteis significam menos consumo”, explica Asp.
De fato, é possível notar que, quando analisado mês a mês, o faturamento de março para abril apresenta retração importante de -13,7% em 2023. Porém, nota-se que esse é um padrão recorrente. No ano passado, a retração nesse período foi de -9,5%.
CONFIRA AQUI a apresentação dos dados referente ao termômetro ABAD NielsenIQ.
Perspectivas futuras
O segundo semestre é, na visão de Asp, normalmente mais intenso do que o primeiro, até em decorrência da natural redução do nível de emprego nos primeiros meses do ano. “Esperamos crescimento. A inflação dá sinais de estabilidade, o que pode melhorar o consumo a partir de julho. Porém, dependemos de emprego e renda e só teremos mudança significativa nos patamares de consumo quando essas duas variáveis se movimentarem positivamente”, diz.
“Temos percebido um otimismo muito grande por parte dos empresários do setor, uma ampla confiança nas perspectivas para os próximos meses. E acredito que vamos concretizar essa percepção de forma bem positiva”, finaliza Severini.
Participação
Hoje o Termômetro ABAD NielsenIQ conta com cerca de 50 respondentes, mas a Associação vislumbra uma maior adesão por parte dos associados, tornando os dados muito mais robustos. “A ideia é que consigamos convocar todos a participarem para que juntos possamos estabelecer inclusive panoramas regionais para que os empresários tenham condições de traçar e fazer os investimentos que julgarem necessários”, comenta Leonardo. O presidente tranquiliza as empresas enfatizando que há todo um cuidado com os dados coletados, que são utilizados única e exclusivamente para a consolidação mensal do Termômetro ABAD NielsenIQ.