Governo não consegue reverter adiamento da reoneração da folha
Em um momento em que a arrecadação continua fraca, o governo enfrenta dificuldades para aprovar a reoneração da folha de pagamentos no Congresso Nacional, o que pode resultar numa perda adicional na previsão de receitas de R$ 2,5 bilhões neste ano.
Nesta quarta (5), a comissão mista do Congresso que analisa a reoneração aprovou versão final do relatório que adia o início da medida para janeiro 2018. O documento também exclui mais setores da medida que aumenta a carga tributária de cerca de 50 atividades econômicas.
Apesar do sinal negativo em um tema que enfrenta forte resistência do setor produtivo, o governo comemorou a aprovação de outra medida que vai no sentido oposto e gera alívio imediato de caixa: a aprovação no Senado do uso de precatórios não sacados como receitas extraordinárias. O texto, já aprovado na Câmara, vai a sanção presidencial.
A estimativa da equipe econômica é que os precatórios -dívidas do governo decorrentes de sentenças judiciais- gerem R$ 8,6 bilhões em receitas, o que poderá permitir a liberação de recursos bloqueados no Orçamento para áreas da máquina pública que estão parando por falta de dinheiro, como a emissão de passaportes e o trabalho da Polícia Rodoviária Federal.
Assim, o governo estuda antecipar a revisão do Orçamento, prevista para 22 de julho, para a próxima semana. Nessa reunião, pretende liberar parte dos R$ 39 bilhões em despesas que estão represadas com a finalidade de cumprir a meta de deficit para este ano, de R$ 139 bilhões.
Fonte: Folha.com